Foi esta sexta-feira aprovado na Assembleia da República proposta do Bloco de Esquerda para que sejam arrancados os eucaliptos que nasceram depois dos incêndios de 2017. A proposta foi aprovada com a abstenção do PSD e do CDS e os votos a favor das restantes bancadas.
O partido coordenado por Catarina Martins pede ao governo que "crie, com caráter de urgência, um programa desburocratizado e de rápida implementação, de apoio ao arranque dos eucaliptos que nasceram depois dos incêndios de 2017", pode ler-se no texto aprovado.
Este programa irá “controlar o enorme avanço da invasão de acácias, para erradicar as que estão a nascer descontroladamente e que promova a investigação necessária sobre as técnicas a aplicar". "Neste âmbito, atribuir apoios à substituição do eucalipto por espécies autóctones de maior resistência ao fogo", é ainda um dos objetivos do projeto.
Uma das consequências dos “trágicos incêndios de 2017, além das vidas ceifadas e da destruição de bens e estruturas” é o impacto que teve no “património natural e meio ambiente” e que, “agora bem visível, é o ressurgimento de milhares e milhares de eucaliptos que regeneram naturalmente após os incêndios e os que nascem sobre a terra queimada e terrenos circundantes, como se fossem mega alfobres. Autarcas, associações locais e ambientalistas das regiões afetadas alertam que as sementes de eucalipto, aos milhares, já entraram em pinhais e outro tipo de povoamentos, muitos deles queimados, total ou parcialmente, nos incêndios de 2017".
O Bloco de Esquerda avisa ainda que esta “invasão” irá fazer “com que as novas plantas de eucalipto cresçam desordenadamente”, o que aumenta “exponencialmente a dificuldade de gerir os terrenos afetados”, assim como aumenta “drasticamente a vulnerabilidade dos territórios a novas catástrofes, devido à incontrolada massa vegetal pronta para arder”.