Santana Lopes: “A aliança não quer ser sucessora de nenhum partido”

Santana Lopes: “A aliança não quer ser sucessora de nenhum partido”


Santana Lopes entregou quase 13 mil assinaturas no Tribunal Constitucional para formar o Aliança. “Ficamos agora a aguardar a decisão do TC”


"A minha preocupação não é o PSD, o PS, o CDS ou outros partidos. A nossa questão e trabalho é afirmar a identidade da aliança. Estão aqui pessoas que pertenceram ao PSD, sem dúvida nenhuma, outras que pertenceram a outros partidos. Isso não nos inibe de nada. Não queremos ser sucedâneos de nada ou de ninguém, sucessores de nenhuma outra instituição. Queremos ser nós próprios e é isso que vamos fazer calma e serenamente. Trabalhando para ajudar a resolver os problemas das vidas das pessoas.", começou por dizer Santana Lopes aos jornalistas. 

E continuava: "Há tempo. Já nos estamos a preparar para as eleições europeias. Vamos ver quando serão as eleições na Madeira, as legislativas. A aliança nasce para concorrer a todos os atos eleitoriais e nasce não para procurar um digito, mas para ganhar um lugar entre os maiores partidos portugueses. Isso exige muito trabalho, andar muito pelo país, falar com as pessoas, conhecer os problemas, ter soluções para eles. O que eu quero não é que a Aliança ganhe o título da oposição mais agressiva ou mais aguerrida. Quero que ganhe o jus de partido que apresenta as melhores propostas para os problemas das pessoas, os problemas concretos."

"Há questões para as quais o sistema político não está suficientemente desperto e já disse isso ao senhor Presidente da República. Eu falei-lhe das condições de vida nas prisões portuguesas, por exemplo. E não me comecei agora a preocupar com esta realidade porque começou a Aliança. Estava na Santa Casa e encomendei um estudo sobre esta realidade. Os portugueses provavelmente não sabem que há quatro seres humanos que partilham celas só com uma retrete. Falando de outro problema grande, talvez não saibam que as obras no hospital de São João para as crianças com doenças oncológicas ainda não começaram as obras, passado todo este tempo e depois de o senhor Presidente da República ter pedido esclarecimentos, mais uma vez, sobre as obras que pediu. São assuntos tão óbvios que não deviam demorar um dia a resolver. Para estarem 19 milhões de euros depositados, para a obra estar orçada em 22 e estar retido no Ministério das Finanças e isto não é dizer mal do ministro ou de um primeiro-ministro. É falar das questões que estão por resolver. E é isso que vamos procurar fazer, trabalhando de modo construtivo.", disse ainda Santana. 

De onde vem o financiamento?

Santana responde: "Ainda nem sequer nasceu, não pode receber donativos. Mas quem financia têm de ser os próprios militantes e os fundadores, que vão ter um estatuto especial nessa matéria, com obrigações, deveres. Têm de dar o exemplo. Será através de crowdfunding, nos termos na lei. Com certeza que isso exige… não queremos gastos excessivos, queremos ser um partido low cost e para isso é necessário contenção. Não haver nenhuma ilusão de que não é com muitas sedes físicas que nos tempos atuais se trabalha, principalmente com sedes contidas e espaços funcionais que se consegue ser eficiente na comunicação com as pessoas."

Aos jornalistas, Santana Lopes refere que "faz amanha um mês que anunciamos a aliança", e que "tudo está a ser criado e concretizado, com uma grande adesão, em menos de um mês". "A maior adesão que se tem verificado é de jovens. A tal juventude que não vê debates, não liga à política. O objetivo da Aliança é trazer gente da abstenção para a vida política. A Aliança quer ser um partido com disciplina de voto, fiel aos valores e princípios que constituem a identidade nacional, europeísta mas apaixonado por Portugal, crentes no projeto europeu. Nascemos porque temos causas próprias e, sendo uma força política, podemos lutar por elas. São cerca de 13 mil assinaturas." declarou. 

"Nós todos temos experiencia no exercício politico de proximidade com as pessoas, em autarquias, instituições sociais. Somos pessoas que sabem o que se passa na sociedade portuguesa. O que é o envelhecimento, o que é o drama das separações dos mais idosos das suas famílias para viverem aquilo que eu chamo exílios nacionais. E o Estado não tem dinheiro para tudo e o dinheiro vai ser cada vez menos para pagar o SNS que, sem dúvida, é muito importante. E que cada vez menos responde, especialmente fora dos grandes centros. Há cada vez menos especialistas, as pessoas vêm de ambulância para serem tratadas nas especialidades nas grandes urbes. E portanto são estes problemas, os da segurança social (…). Eu sou defensor do SNS, sou defensor da segurança social, e acho que as pessoas têm direito à escolha.", terminou o líder do futuro partido político.