O incrível país das queimadas


Não faz sentido o sentimento de impunidade que leva a que as pessoas continuem a fazer queimadas no verão, apesar dos avisos


Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, 60% dos incêndios rurais em Portugal registados até ao dia 31 de agosto tiveram origem em queimadas. Para termos um ponto de comparação, só 16% dos incêndios ocorridos em igual período é que tiveram mão criminosa.

O que me incomoda aqui não é só a estupidez de quem acha que é interessante fazer uma queimada, em espaço rural, em pleno verão. Ou o facto de decidir fazer a queimada e não ter a inteligência de ter mangueiras ao lado, caso seja preciso controlar as chamas. O que me chateia mesmo é isto acontecer um ano depois de todas as tragédias provocadas pelos incêndios no centro do país.

Mas chateia-me ainda mais a fraca fiscalização que existe neste campo. Não faz sentido, ano após ano, que continue a reinar um sentimento de impunidade tão grande na população que faz com que as pessoas continuem a fazer queimadas no verão, mesmo perante todos os recorrentes avisos das autoridades competentes. 

É óbvio que não existem soluções milagrosas para os incêndios e é ainda mais óbvio que este não é um problema exclusivamente português. No entanto, depois de tudo por que temos passado, faz sentido que seja feita uma discussão séria e sem politiquices sobre este tema.

São precisas penas mais duras para quem é incendiário, mas são também precisas penas igualmente duras para quem involuntariamente provoca incêndios devido a queimadas. É preciso fiscalizar eficazmente e, acima de tudo, é preciso, como já escrevi aqui por várias vezes, que exista um processo de profissionalização dos corpos de bombeiros.

Se há um tema que merece um pacto de regime entre os principais partidos ao centro é precisamente o combate e prevenção dos incêndios. Está na hora e já vamos tarde.

 

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O incrível país das queimadas


Não faz sentido o sentimento de impunidade que leva a que as pessoas continuem a fazer queimadas no verão, apesar dos avisos


Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, 60% dos incêndios rurais em Portugal registados até ao dia 31 de agosto tiveram origem em queimadas. Para termos um ponto de comparação, só 16% dos incêndios ocorridos em igual período é que tiveram mão criminosa.

O que me incomoda aqui não é só a estupidez de quem acha que é interessante fazer uma queimada, em espaço rural, em pleno verão. Ou o facto de decidir fazer a queimada e não ter a inteligência de ter mangueiras ao lado, caso seja preciso controlar as chamas. O que me chateia mesmo é isto acontecer um ano depois de todas as tragédias provocadas pelos incêndios no centro do país.

Mas chateia-me ainda mais a fraca fiscalização que existe neste campo. Não faz sentido, ano após ano, que continue a reinar um sentimento de impunidade tão grande na população que faz com que as pessoas continuem a fazer queimadas no verão, mesmo perante todos os recorrentes avisos das autoridades competentes. 

É óbvio que não existem soluções milagrosas para os incêndios e é ainda mais óbvio que este não é um problema exclusivamente português. No entanto, depois de tudo por que temos passado, faz sentido que seja feita uma discussão séria e sem politiquices sobre este tema.

São precisas penas mais duras para quem é incendiário, mas são também precisas penas igualmente duras para quem involuntariamente provoca incêndios devido a queimadas. É preciso fiscalizar eficazmente e, acima de tudo, é preciso, como já escrevi aqui por várias vezes, que exista um processo de profissionalização dos corpos de bombeiros.

Se há um tema que merece um pacto de regime entre os principais partidos ao centro é precisamente o combate e prevenção dos incêndios. Está na hora e já vamos tarde.

 

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