A Nica não merecia ter morrido


O que vai acontecer à dona da cadela perigosa que ostensivamente coloca em perigo a ordem pública e atenta voluntariamente à vida de animais e pessoas? Será presa? Devia ser


Esta situação passou-se com um casal amigo, mas podia ter ocorrido com qualquer um de nós. Imagine que estava a passear o seu cão de pequeno porte, em frente a casa, numa zona residencial, numa qualquer tarde de verão. De um momento para o outro, aparece um outro cão de raça perigosa, sem coleira, sem trela e sem açaime, mas com a dona ao lado. O seu cão ainda tenta fugir para dentro de casa, mas é perseguido até ao pátio e acaba por morrer com uma simples dentada. Aos seus olhos e aos olhos da dona do cão de raça perigosa, que para além de violar a lei ao não lhe colocar trela e açaime, ainda se mostra absolutamente impotente ao tentar controlá-lo. Imagine que era o dono da vítima e estava a assistir a tudo.

Agora imagine que não tem cães e até nem gosta de animais. Mas imagine que esta situação se passava com uma criança. Um filho, um sobrinho, um neto ou um filho de um casal amigo. A situação poderia ter ocorrido da mesma forma, no mesmo local e à mesma hora. Foi uma cadelinha chamada Nica, na Praia de Santa Cruz, em Torres Vedras, mas poderia ter sido uma criança seu familiar. A gravidade era obviamente diferente, mas as circunstâncias eram exatamente as mesmas e as consequências iguais.

Depois do que se passou, imagine que alegadamente ia à GNR local e que a resposta era um saco cheio de nada. Promessas de passar de vez em quando na rua, registo da ocorrência e pouco mais. Então e a vida da Nica não tem nenhum valor? Quais as garantias que isto não vai acontecer novamente? O que vai acontecer à dona da cadela perigosa que ostensivamente coloca em perigo a ordem pública e atenta voluntariamente à vida de animais e pessoas? Será presa? Devia ser.

É para isto que através dos nossos impostos pagamos o ordenado a esses supostos agentes da autoridade? Uma GNR que só serve para caçar multas de estacionamento, é uma GNR parasita da sociedade e que não merece o respeito dos seus co-cidadãos. Espero mesmo que o comando nacional dessa força de segurança tenha a coragem de abrir um inquérito a esta situação e que os culpados sejam punidos exemplarmente, bem como os seus operacionais que nada fizeram.

Passando à frente, está na hora de sermos um país civilizado e com agentes da autoridade com noção da importância que têm na sociedade. Está na hora de refletirmos de forma séria e eficaz sobre o perigo das raças perigosas de cães e sobre as penas que devem ser aplicadas, com mão de ferro, a quem não os passeia com trela e açaime. É uma questão de vida ou de morte. Neste caso em específico, urge que se faça justiça e que a morte da Nica não tenha sido em vão. 

Nunca o pedi, mas ao fim de vários anos a escrever em jornais digo-o: se conseguirem, partilhem esta crónica.

 

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A Nica não merecia ter morrido


O que vai acontecer à dona da cadela perigosa que ostensivamente coloca em perigo a ordem pública e atenta voluntariamente à vida de animais e pessoas? Será presa? Devia ser


Esta situação passou-se com um casal amigo, mas podia ter ocorrido com qualquer um de nós. Imagine que estava a passear o seu cão de pequeno porte, em frente a casa, numa zona residencial, numa qualquer tarde de verão. De um momento para o outro, aparece um outro cão de raça perigosa, sem coleira, sem trela e sem açaime, mas com a dona ao lado. O seu cão ainda tenta fugir para dentro de casa, mas é perseguido até ao pátio e acaba por morrer com uma simples dentada. Aos seus olhos e aos olhos da dona do cão de raça perigosa, que para além de violar a lei ao não lhe colocar trela e açaime, ainda se mostra absolutamente impotente ao tentar controlá-lo. Imagine que era o dono da vítima e estava a assistir a tudo.

Agora imagine que não tem cães e até nem gosta de animais. Mas imagine que esta situação se passava com uma criança. Um filho, um sobrinho, um neto ou um filho de um casal amigo. A situação poderia ter ocorrido da mesma forma, no mesmo local e à mesma hora. Foi uma cadelinha chamada Nica, na Praia de Santa Cruz, em Torres Vedras, mas poderia ter sido uma criança seu familiar. A gravidade era obviamente diferente, mas as circunstâncias eram exatamente as mesmas e as consequências iguais.

Depois do que se passou, imagine que alegadamente ia à GNR local e que a resposta era um saco cheio de nada. Promessas de passar de vez em quando na rua, registo da ocorrência e pouco mais. Então e a vida da Nica não tem nenhum valor? Quais as garantias que isto não vai acontecer novamente? O que vai acontecer à dona da cadela perigosa que ostensivamente coloca em perigo a ordem pública e atenta voluntariamente à vida de animais e pessoas? Será presa? Devia ser.

É para isto que através dos nossos impostos pagamos o ordenado a esses supostos agentes da autoridade? Uma GNR que só serve para caçar multas de estacionamento, é uma GNR parasita da sociedade e que não merece o respeito dos seus co-cidadãos. Espero mesmo que o comando nacional dessa força de segurança tenha a coragem de abrir um inquérito a esta situação e que os culpados sejam punidos exemplarmente, bem como os seus operacionais que nada fizeram.

Passando à frente, está na hora de sermos um país civilizado e com agentes da autoridade com noção da importância que têm na sociedade. Está na hora de refletirmos de forma séria e eficaz sobre o perigo das raças perigosas de cães e sobre as penas que devem ser aplicadas, com mão de ferro, a quem não os passeia com trela e açaime. É uma questão de vida ou de morte. Neste caso em específico, urge que se faça justiça e que a morte da Nica não tenha sido em vão. 

Nunca o pedi, mas ao fim de vários anos a escrever em jornais digo-o: se conseguirem, partilhem esta crónica.

 

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