erá que existe uma relação entre as tatuagens e o risco de desenvolvimento de cancro? A União Europeia (UE) está preocupada com esta possibilidade e, por isso, decidiu agendar para 2019 uma votação sobre as restrições relativas aos 4000 químicos que são atualmente utilizados nas tintas para fazer tatuagens.
De acordo com um estudo da Agência Europeia de Químicos (ECHA), os químicos presentes nas tintas poderão representar um risco de desenvolvimento de cancro – a agência afirma, no entanto, que não existem quaisquer provas de uma relação direta entre a realização de tatuagens e o desenvolvimento de problemas cancerígenos. Mas, perante este risco, a UE decidiu ‘entrar em ação’ e criar regulamentação relativamente ao uso destes químicos na pele.
De acordo com o jornal britânico Independent, 12% da população europeia tem tatuagens, especialmente jovens entre os 18 e os 35 anos.
Apesar de a tatuagem ser feita num sítio específico, a tinta tem químicos que são libertados no nosso corpo e podem trazer danos para a nossa saúde. O mesmo se aplica à “maquilhagem permanente”, explica o mesmo jornal.
A UE quer que os químicos que fazem parte das tintas sejam regulados, visto que há vários ingredientes que são misturados durante todo o processo de fabrico e não existem regulamentos relativos aos cuidados a ter e aos tipos de químicos que podem ser usados nestas tintas. De acordo com a ECHA, estes 4,000 químicos são mencionados noutras leis, mas não naquelas que dizem respeito à aplicação na pele.
As duas áreas de preocupação são os efeitos dos químicos quando injetados na derme e os efeitos a longo prazo, conforme a degeneração dos os pigmentos.
O secretário da Associação Finlandesa de Tatuadores, Tony Raita, falou com o Independent e confessou que as tintas coloridas baratas, provenientes da China, são um problema: “Importam-se muitas tintas para países da União Europeia e as pessoas usam-nas não sabendo o que está nas cores, o que é muito perigoso”.
Para além do cancro, a ECHA afirma que estas tintas podem também causar “danos no ADN e efeitos na reprodução humana”.
O mesmo órgão da UE garante que “não quer banir as tatuagens, apenas ter a certeza que as tintas são da melhor qualidade possível”. E deixa um aviso a quem quer fazer tatuagem antes de ser regulada a situação: as pessoas devem contactar os seus médicos e, relativamente ao tatuador, perguntar sobre o risco de infeções e qualidade das tintas.