Presentemente são muitas as datas que comemoram o mar. O Dia Europeu do Mar, o Dia Mundial dos Oceanos e o Dia Nacional do Mar são exemplos disso e todos procuram oferecer a oportunidade de refletir, valorizar e promover o mar e os oceanos nesses dias.
Na verdade, a importância destes momentos é de enorme relevância, pois um seu aproveitamento cuidado e meticuloso pode permitir fortalecer relações e promover um conhecimento mais aprofundado das realizações e feitos da política pública do mar no âmbito ambiental, económico, social e ou cultural, bem como dinamizar e fortalecer a empatia quer com os parceiros internos, quer com outros que se encontrem fora do ambiente marítimo, e com os cidadãos em geral.
Atualmente, muitos dos dias comemorativos são aproveitados para a realização de conferências e workshops onde se procede ao balanço das políticas públicas do mar e à apresentação do seu desenvolvimento futuro e de novos caminhos, quer se esteja a falar da política pública marítima europeia ou da portuguesa.
No entanto, apesar de ser importantíssimo continuar a fazê-lo, esta análise e reflexão pode e deve realizar-se noutros momentos, reservando e aproveitando estas datas festivas para fazer delas um momento especial de comemoração e exaltação das virtudes, potencialidades e importância do mar na nossa vida coletiva e no imaginário de todos os portugueses e europeus.
Na minha opinião, os dias comemorativos devem servir principalmente para apresentar ao cidadão comum e aos atores económicos, ambientais e culturais que não possuem um relacionamento próximo com o mar o que se tem feito, o que o mar português oferece e permite e as oportunidades que dá a quem pretenda desbravar novos caminhos.
Os eventos para comemorar estes dias devem ser momentos festivos, de lazer, gastronómicos e expositivos, com uma mensagem apelativa, inovadora e de fácil absorção pelo cidadão comum, devem ter como objetivo mobilizá-lo e torná-lo um apoiante envolvido, empenhado, consecutivo e conhecedor da atividade que o mar desenvolve nos diversos planos, bem como as oportunidades que lhe pode proporcionar e oferecer para o seu saber, experimentação, lazer e realização económica e social.
O mar precisa que todos os que sobre ele projetam estratégias, nele laboram e procuram desbravar conhecimento e novos caminhos deem a conhecer esta sua redescoberta ao mundo.
Pelo que organizar, promover e criar eventos comemorativos onde todos os cidadãos possam participar, assimilar conhecimentos, divertir-se, despertar para novas oportunidades e novos rumos é estratégico, fundamental e determinante para que a política pública do mar português e europeu ganhe uma nova dimensão e importância.
Aproveitar deste modo os dias comemorativos e desenvolver um evento pluridisciplinar que seja inovador, criativo, gastronómico, expositivo, lúdico e cultural é uma demonstração de saber dos atores do mar e um momento de marketing comunicacional de que o mar português precisa para deixar de ser apenas o “desígnio” e passar a principal prioridade económica, ambiental, social e de governação.
Gestor e analista de políticas públicas
Escreve quinzenalmente à sexta-feira