Achar que todos somos a Madonna e que a Madonna deve ser tratada da mesma forma que todos os outros cidadãos é não perceber absolutamente nada de como deve ser feita a gestão da imagem de um concelho e até mesmo de um país. Isto ser feito por pessoas que se dizem de direita é um gesto de pura hipocrisia.
Não é preciso ser muito inteligente para fazer este exercício: a “rainha da pop” tem mais de 18 milhões de seguidores no Facebook; 2,29 milhões no Twitter; e 11,3 milhões no Instagram. Redes sociais que usa habitualmente para promover Portugal, a cidade de Lisboa, a nossa gastronomia, o nosso fado e até mesmo os nossos clubes de futebol. Sabem qual seria o custo disto em publicidade? Quem veio criticar o desconto na atribuição dos lugares de estacionamento preocupou-se em pelo menos fazer estas contas?
Se neste momento abrirem o Google irão reparar que só neste motor de busca existem 17,8 milhões de entradas que referem a expressão “Madonna Lisbon”. Se neste mesmo motor de busca abrirem o separador “notícias”, irão facilmente constatar que existem 534 mil notícias em órgãos de comunicação social que abordam o mesmo tema. Algum destes críticos se deu ao trabalho de contactar uma empresa de clipping para saber quantas dezenas de milhões de euros representa, a nível de relações públicas, toda esta exposição mediática?
Deixemo-nos de hipocrisias. Nós precisamos da Madonna e temos a necessidade de que muitas mais figuras públicas à escala global venham também para o nosso país. Só desta forma conseguiremos continuar a atrair turismo (o grande motor de crescimento da nossa economia), investimento internacional e projeção pública mundial.
É politicamente incorreto dizê-lo, mas é preciso ser dito: há cidades muito mais conhecidas do que Lisboa que pagaram a realizadores conhecidos para fazerem filmes sobre elas. Nós não precisamos porque temos a Madonna e devíamos dar graças a Deus por a termos. Por isso mesmo, esqueçam lá a história dos estacionamentos e preocupem-se mas é em tratar bem as estrelas mundiais, das mais diversas áreas, que decidem viver em Portugal.
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