“Nunca houve uma coligação de Esquerda”, afirmou este domingo Jerónimo de Sousa, defendendo que a Gerigonça foi a “solução política” possível a seguir às eleições de 2015.
“O grande problema é que nunca houve uma coligação de Esquerda. Houve uma nova realidade política, resultante das eleições em que PSD e CDS ficaram em minoria, houve uma nova arrumação de forças na Assembleia da República que permitiu esta solução política”, disse o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) no final da reunião do Comité Central do PCP, citado pela imprensa nacional.
“Havia um Governo minoritário do PS, que encetou uma política no plano imediato, correspondente com o PCP declarou logo após as eleições, que agora era preciso construir”, acrescentou.
Jerónimo de Sousa revelou ainda que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa têm feito pressões para que o PCP aprove o Orçamento do Estado para 2019, apesar de ainda não ser conhecido o conteúdo do documento.
“Claramente que a posição convergente do Presidente da República com as declarações do primeiro-ministro visam, em primeiro lugar, pressionar o PCP, e, em segundo lugar, desviar daquilo que vai ser a substância da proposta de lei do Orçamento do Estado. Não interessa, na opinião do Presidente da República e do primeiro-ministro, o que essa proposta de Orçamento diz, interessa é ser ou não votado”, afirmou o líder comunista.
Jerónimo garantiu que o PCP irá tomar a sua posição em relação ao Orçamento do Estado “com o máximo de independência”, apesar da “pressão inaceitável” que o partido tem sofrido.