Passam diariamente cerca de 7300 veículos por dia na Estrada Nacional 118, que atravessa as localidades da Chamusca, Almeirim e Alpiarça. Esta é uma das conclusões do estudo a que o i teve acesso sobre a análise do tráfego do Eco Parque do Relvão, que já foi entregue ao governo e vai ser apresentado hoje. Face a esta elevada circulação, o complexo industrial da Chamusca, onde estão instaladas as duas únicas unidades de tratamento de resíduos industriais perigosos no país, defende a urgência da conclusão do prolongamento do IC3 – trajeto que atravessaria estes concelhos e que faria a ligação à A13.
Mas os problemas não ficam por aqui. Uma das chamadas de atenção do estudo diz respeito ao tráfego de atravessamento da ponte da Chamusca, onde passam por dia cerca de mil veículos pesados de mercadorias. “O reduzido perfil transversal da ponte não permite o cruzamento de veículos pesados de maiores dimensões, o que provoca sérias perturbações à circulação rodoviária”, revela.
De acordo com o documento, o prolongamento do IC3 irá permitir retirar a pressão sobre as atuais vias e, ao mesmo tempo, representa uma vantagem do ponto de vista da qualidade de vida das populações e de competitividade para as empresas da região. “O Eco Parque do Relvão, pelas suas características e dimensão (20 empresas associadas), constituiu um considerável gerador de tráfego, nomeadamente de veículos pesados de transporte de mercadorias, algumas com elevada perigosidade”, diz.
Promessa antiga
Este prolongamento já era uma promessa antiga, mas as limitações de recursos financeiros e o abrandamento verificado a partir de 2009 inviabilizaram o avanço dos investimentos.
Este constrangimento está a provocar, no entender do responsável, verdadeiras dores de cabeça não só às empresas instaladas no Eco Parque como à própria população da região. “Estamos a assistir a um estrangulamento do tráfego, uma vez que circulam diariamente 250 camiões de grande porte em estradas nacionais e em estradas municipais. Quem usa este eixo sul, entre Almeirim e o Tramagal, sabe que é vulgar circular-se a 30 km/hora e isso tem consequências nos custos de exploração das empresas”, refere Domingos Saraiva.
Mas os problemas não ficam por aqui. “Os níveis de ruído e de qualidade do ar, por exemplo, já ultrapassam todos os parâmetros permitidos. E muitas estradas municipais estão degradadas porque são usadas como alternativas às estradas nacionais”, salienta.
Para responder à dificuldade de financiamento, o diretor executivo do parque sugere o recurso ao plano Juncker. Criado em 2014, este plano de investimento para a Europa prevê verbas na ordem dos 315 mil milhões de euros para financiar projetos e empresas públicas e privadas na União Europeia, até 2018 – um valor que poderá chegar aos 500 mil milhões de euros até ao ano de 2020.