Emprego. Nova plataforma adequa perfis aos trabalhos disponíveis

Emprego. Nova plataforma adequa perfis aos trabalhos disponíveis


Bityond quer dar incentivo económico aos utilizadores para que estes participem na “governação” da empresa


“Uma plataforma de recrutamento e gestão de talentos e de projetos que adequa (faz o match) os candidatos à oferta de emprego disponível com base nas suas competências, experiência, características e disponibilidade.” 

A definição é da própria Bityond, fundada pelo português Pedro Febrero e que neste momento tem em curso uma ICO – Initial Coin Offering com o objetivo de dar um incentivo económico aos seus utilizadores. 

“O formato é um pouco diferente das plataformas existentes [como o LinkedIn, Landingjobs ou ITjobs] no sentido em que os candidatos apenas têm de preencher o perfil com as suas skills, disponibilidade, nível de educação ou conhecimentos linguísticos, por exemplo, e a Bityond faz o matching entre os trabalhos disponíveis na plataforma e os seus perfis”, explica ao i Pedro Febrero. 

Com a Bityond, “os candidatos não necessitam de procurar trabalhos, apenas de escolher entre aqueles que já foram pré-selecionados consoante o seu perfil”, acrescenta o fundador da plataforma, afirmando que “para quem recruta há uma enorme vantagem, visto que recebem automaticamente perfis de candidatos mal criam as oportunidades de trabalho”.

Pedro Febrero, que começou o projeto em 2015 e fundou a plataforma em maio de 2017, diz ainda ao i que os “empregadores podem também utilizar a Bityond para gerir equipas dentro da sua organização – daí a vertente gestão de talentos” e de gestão de projetos.

A concorrência da Bityond são as plataformas tradicionais, quer sejam bases de dados internas de empresas, quer plataformas online, mas esta distingue-se, segundo Febrero, por dar um “incentivo económico aos seus utilizadores”.

Ativo digital

O incentivo é a ICO da Bityond, que está a decorrer até julho e que, segundo o responsável, tem como objetivo dotar os participantes de Bityond Tokens. Estes “tokens são uma espécie de ativo digital com utilidade na plataforma” que permitem aos “detentores votar em novos desenvolvimentos, funcionalidades e módulos que serão criados na Bityond”. 

Segundo Febrero, “para que exista realmente um incentivo serão também oferecidos Bityond Tokens gratuitamente aos utilizadores da Bityond” à medida que estes criem conteúdo na plataforma. Dessa forma, todos “os utilizadores serão detentores dos tokens e poderão ou trocá–los por Ether na rede Ethereum “ou utilizá-los para governar alguns aspetos da plataforma (através de votação) e decidir quais serão implementados (doando tokens à equipa)”. 

Com a criação dos Bityond Tokens, a plataforma oferece a cada utilizador a hipótese de monetizar os seus dados ao mesmo tempo que lhe dá a oportunidade de participar na governação e consenso da Bityond. criando um incentivo económico para participar na rede.

Segundo Pedro Febrero, “a criação de um ativo digital que permite aos utilizadores monetizar os seus dados abre a porta a uma nova possibilidade: a ‘tokenização’ das empresas”. O fundador da Bityond argumenta que “ao serem criados tokens que são distribuídos pelos utilizadores gratuitamente, podendo os mesmos convertê-los posteriormente em criptomoeda, isso dá asas a novos modelos de negócio”. Segundo o gestor, se “os tokens valorizarem e os utilizadores realmente participarem neste modelo de negócio, irão utilizá–los também para melhorar a plataforma, visto que isso iria valorizar ainda mais os tokens que detêm”.

Avaliação

Ao i, Pedro Febrero diz que, para além da ICO, a plataforma se distingue pelo seu “sistema de matching”, que tem “todas as skills standardizadas” na base de dados. “São estes pontos, mais o fator recrutar/gerir talentos, que tornam a Bityond bastante diferente das plataformas no mercado”, diz.

 A ICO termina a 15 de julho e depois dessa data “iremos perceber, mediante o resultado, qual o interesse do mercado tanto para investir como para explorar e utilizar a plataforma”.

A empresa está registada em Portugal, mas opera em todo o mundo e, por essa razão, existe apenas em língua inglesa. Empresas como a ROFF, Gfi e Cross Border Talents já utilizam a Bityond tanto na Europa como na América Latina, mas ainda não pagam – os candidatos nunca irão pagar pela utilização da Bityond, apenas os recrutadores – porque há um acordo para receber feedback e melhorar a plataforma. “O nosso plano de marketing neste momento passa muito por publicidade em redes sociais, participação em feiras de emprego e também em eventos relacionados com criptomoeda e blockchain”, remata Pedro Febrero.