António Costa deve 12 000€ a José Sócrates


José Sócrates e Carlos Santos Silva financiaram a campanha de António Costa a secretário-geral do Partido Socialista no valor de 12 mil euros


A notícia é do dia 3 de dezembro de 2014, mas nunca foi tão atual como nos dias que correm. Nessa data, a revista “Visão”, bem como outros órgãos de comunicação social, denunciaram algo que nunca foi desmentido pelo Partido Socialista: José Sócrates e Carlos Santos Silva financiaram a campanha de António Costa a secretário-geral do Partido Socialista no valor de 12 mil euros. Para não correr o risco de me chamarem oportunista, convém detalhar os factos: José Sócrates contribuiu com 2 mil euros e o seu bom amigo com 10 mil euros. Aliás, para ser mais preciso, e nas palavras de Agostinho Abade, diretor financeiro da campanha, “por indicação de Sócrates”, Carlos Santos Silva entrou com esse generoso donativo na campanha. 

Vivemos tempos curiosos. A maioria dos dirigentes socialistas que governaram, apoiaram, veneraram e privaram com José Sócrates descobriram agora que este, afinal, era um mentiroso compulsivo e que talvez não era “alegadamente” assim tão sério como aparentava. Ou seja, simultaneamente, estes dirigentes reconhecem que sempre foram um bocado tapados, bem como que se deixaram enganar por alguém que, caso venha a provar-se aquilo de que está a ser acusado, tem graves traços de mitomania e até mesmo sociopatia. 

Pior do que estas pessoas, só mesmo aquelas que, como Fernanda Câncio e João Galamba, para além de seus apoiantes convictos, tinham também uma relação próxima e até mesmo pessoal com o “animal feroz”, mas que mesmo assim, estranhamente, nunca desconfiaram que uma pessoa com os vencimentos de Sócrates levasse um nível de vida tão principesco.

Mas voltemos ao que interessa. Nos dias que correm, somos governados pelo Partido Socialista e o primeiro-ministro é António Costa. Ao que parece, o PS, na voz dos seus mais ilustres dirigentes, sente-se “envergonhado” por todo este processo que envolve Sócrates. Logo, presumo que quer o PS quer António Costa queiram mostrar que realmente nunca usufruíram diretamente de fundos que, aparentemente, foram obtidos de forma ilegal e pouco digna. 

Ou seja, perante o movimento que tem sido conduzido pelo PS de descolagem do partido em relação a Sócrates, aguardo ansiosamente que o primeiro–ministro torne rapidamente público que decidiu devolver, quer a Sócrates quer a Carlos Santos Silva, os 12 mil euros que lhe foram entregues para derrotar António José Seguro, que, curiosamente – qual justiça poética –, sempre foi a única voz relevante de oposição interna durante o consulado de Sócrates.

Mais que uma questão de justiça, esta devolução é uma questão de ética e, caso não exista, isso significa que António Costa aceita o facto de ter sido eleito com recurso a fundos que foram obtidos de forma que podemos, no mínimo, definir como duvidosa. Terá António Costa a coragem de responder a este repto?

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António Costa deve 12 000€ a José Sócrates


José Sócrates e Carlos Santos Silva financiaram a campanha de António Costa a secretário-geral do Partido Socialista no valor de 12 mil euros


A notícia é do dia 3 de dezembro de 2014, mas nunca foi tão atual como nos dias que correm. Nessa data, a revista “Visão”, bem como outros órgãos de comunicação social, denunciaram algo que nunca foi desmentido pelo Partido Socialista: José Sócrates e Carlos Santos Silva financiaram a campanha de António Costa a secretário-geral do Partido Socialista no valor de 12 mil euros. Para não correr o risco de me chamarem oportunista, convém detalhar os factos: José Sócrates contribuiu com 2 mil euros e o seu bom amigo com 10 mil euros. Aliás, para ser mais preciso, e nas palavras de Agostinho Abade, diretor financeiro da campanha, “por indicação de Sócrates”, Carlos Santos Silva entrou com esse generoso donativo na campanha. 

Vivemos tempos curiosos. A maioria dos dirigentes socialistas que governaram, apoiaram, veneraram e privaram com José Sócrates descobriram agora que este, afinal, era um mentiroso compulsivo e que talvez não era “alegadamente” assim tão sério como aparentava. Ou seja, simultaneamente, estes dirigentes reconhecem que sempre foram um bocado tapados, bem como que se deixaram enganar por alguém que, caso venha a provar-se aquilo de que está a ser acusado, tem graves traços de mitomania e até mesmo sociopatia. 

Pior do que estas pessoas, só mesmo aquelas que, como Fernanda Câncio e João Galamba, para além de seus apoiantes convictos, tinham também uma relação próxima e até mesmo pessoal com o “animal feroz”, mas que mesmo assim, estranhamente, nunca desconfiaram que uma pessoa com os vencimentos de Sócrates levasse um nível de vida tão principesco.

Mas voltemos ao que interessa. Nos dias que correm, somos governados pelo Partido Socialista e o primeiro-ministro é António Costa. Ao que parece, o PS, na voz dos seus mais ilustres dirigentes, sente-se “envergonhado” por todo este processo que envolve Sócrates. Logo, presumo que quer o PS quer António Costa queiram mostrar que realmente nunca usufruíram diretamente de fundos que, aparentemente, foram obtidos de forma ilegal e pouco digna. 

Ou seja, perante o movimento que tem sido conduzido pelo PS de descolagem do partido em relação a Sócrates, aguardo ansiosamente que o primeiro–ministro torne rapidamente público que decidiu devolver, quer a Sócrates quer a Carlos Santos Silva, os 12 mil euros que lhe foram entregues para derrotar António José Seguro, que, curiosamente – qual justiça poética –, sempre foi a única voz relevante de oposição interna durante o consulado de Sócrates.

Mais que uma questão de justiça, esta devolução é uma questão de ética e, caso não exista, isso significa que António Costa aceita o facto de ter sido eleito com recurso a fundos que foram obtidos de forma que podemos, no mínimo, definir como duvidosa. Terá António Costa a coragem de responder a este repto?

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