Ministério da Educação autoriza novo concurso de delegados regionais

Ministério da Educação autoriza novo concurso de delegados regionais


Tutela aprova novo concurso, mas fase de candidaturas só arranca depois de constituído o júri


O Ministério da Educação já autorizou a abertura do novo concurso para selecionar os cinco delegados regionais: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Este procedimento vem substituir o polémico concurso para os delegados do Centro, Algarve e Alentejo que, depois de anulado em 2016, se arrastou mais de um ano sem que tenha sido feita a escolha dos candidatos. Será feita também a seleção para novos delegados do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo – os mandatos terminaram a 14 de fevereiro sem que tenha sido renovada, pelo Ministério da Educação, a comissão de serviço. A tutela alegou incumprimento da lei para não renovar o mandato de três anos aos dois delegados (Norte e Lisboa e Vale do Tejo).

No entanto, os interessados ainda não podem apresentar candidatura. É que a autorização para o concurso já foi publicada em Diário da República no dia 13 de março, mas antes de arrancar a fase das candidaturas é necessário que a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) forme a equipa do júri que, posteriormente, vai definir o perfil exigido e os métodos de seleção dos candidatos.

Quando forem definidas todas estas regras, elas serão publicadas na página da Bolsa de Emprego Público, havendo, a partir daí, um prazo de dez dias úteis para a apresentação de candidaturas.

Questionado pelo i, o Ministério da Educação não revelou quem vai presidir ao júri deste novo concurso e não diz qual a previsão para a abertura da fase de candidaturas.

No entretanto, até que sejam selecionados os novos cinco delegados regionais, os atuais mantêm-se em funções, em regime de substituição.

O concurso para selecionar os três delegados regionais de Educação (Centro, Algarve e Alentejo) – responsáveis pela fiscalização e pela adoção das medidas desenhadas pela tutela nas escolas da respetiva região – está desde o início envolto em várias polémicas e levou já a demissões.

O concurso foi anulado em 2016, pela mão da ex-ministra da Educação Margarida Mano. Só a 2 de fevereiro de 2017 o ministro Tiago Brandão Rodrigues decidiu abrir um novo concurso, que agora acabou por anular.

Pelo caminho, o subdiretor- -geral da DGEstE, Teodoro Roque, que era presidente do júri, bateu com a porta depois de ter selecionado e entrevistado os candidatos, pois houve uma divergência entre Roque e a secretária de Estado Adjunta da Educação, Alexandra Leitão, na seleção dos delegados. De acordo com fontes próximas do processo, a governante queria selecionar candidatos próximos do PS e o presidente do júri não concordava com a decisão.

Enquanto decorre todo este processo, os três delegados regionais ocupam de forma ilegal o cargo há quase um ano, uma vez que, de acordo com o prazo previsto na lei, o regime de substituição destes dirigentes terminou em abril do ano passado – regime que, agora, o Ministério da Educação aplicou também aos delegados do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo.