Vamos por partes: que a violência doméstica é uma coisa abominável, até uma criança de três anos sabe. Que o assédio sexual protagonizado por chefes, independentemente de ser homem ou mulher, é uma coisa desprezível e condenável, todos sabemos também.
Da mesma forma que também estamos todos de acordo que ninguém pode pactuar com o crime de agressão sexual e dar tréguas a esses tipos de violações. Se hoje se fala em assédio, até há pouco tempo assistíamos a pais agredirem barbaramente os filhos e nada lhes acontecia, até que se chegou ao oposto: mal uma criança é repreendida por um dos progenitores em público, logo as aventesmas de serviço querem chamar a Proteção de Menores para que a criança seja entregue a alguma instituição – cujo final, nalguns casos, sabemos qual é.
E é precisamente aqui que quero chegar. Por causa de uns pais trogloditas, milhares de progenitores ficam inibidos de exercer o seu papel de pais com medo de perderem os seus filhos, temendo queixas de gente desequilibrada. Para essas pessoas, uma simples palmada na mão justifica que a criança seja retirada aos pais. Felizmente, em Portugal, o fenómeno não é tão extremo, mas países há em que é uma verdadeira realidade. Na história do assédio sexual, estamos a viver momentos muito semelhantes, em que a pura e livre sedução passou a ser crime.
O mundo de Hollywood, que durante décadas esteve calado – quantas atrizes e atores não quiseram subir na vida à conta de cederem aos impulsos nojentos de produtores e afins? –, decidiu agora encabeçar um movimento pelo fim do homem tal como o conhecemos. O ridículo foi dado pelo apresentador dos Óscares, que apontou para uma estatueta dizendo que era o único homem presente que não era perigoso pois não tinha pénis. Não admira que este fundamentalismo bacoco, a recordar os tempos do macarthismo, tenha tido uma das piores noites de sempre em termos de audiência. O politicamente correto dos(as) patetas a bater palmas histéricas não augura nenhum bom filme. É dos livros…