Bloco ameaça PS na questão das longas carreiras contributivas

Bloco ameaça PS na questão das longas carreiras contributivas


Pedro Filipe Soares denuncia “boicote” ao processo de regularização dos precários do Estado por “dirigentes, instituições e até comissões de avaliação”


O Bloco de Esquerda desafiou hoje o governo de António Costa a cumprir com a palavra dada em relação às longas carreiras contributivas, de outra maneira, o partido tomará o processo nas mãos e irá tentar encontrar uma solução sozinho.

"O desafio que lançamos é que o governo cumpra por escrito a palavra que deu a este parceiro e que durante o primeiro trimestre do ano leve por diante a segunda fase de acesso à reforma para as longas carreiras contributivas", afirmou o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares.

"Se o governo, até ao final do mês de março, não cumprir com a palavra dada", então os bloquistas "tomarão em mãos essa legislação" e disputarão uma "maioria para poder aprovar este diploma", garantiu o deputado. 

Pedro Filipe Soares aproveitou ainda para denunciar aquilo a que chamou um "boicote" ao processo de regularização dos precários do Estado (PREVPAP). O líder da bancada parlamentar do BE não tem dúvidas: "Há dirigentes, instituições e até comissões de avaliação que estão a tentar boicotar" o processo. 

"Os concursos estão atrasados, e a situação leva a que muitos dos concursos estejam a ficar no seu término", alertou Soares. Este atraso implica que muitos dos trabalhadores com vínculos precários ao Estado correm o risco de ficarem no desemprego, algo que, caso venha a acontecer, violará, segundo o bloquista, o espírito da lei. 

E dá o exemplo das instituições do ensino superior de Aveiro, onde "se considera que muitos investigadores, que pela lei estariam sob a alçada do PREVPAP, estão a ser excluídos da regularização do seu contrato" e, consequentemente, a não ter acesso aos direitos previstos no programa contra a precariedade nas instituições públicas. 

É por isso mesmo que o Bloco interpelará a 7 de março o governo na Assembleia da República, recusando que esta seja "mais uma interpelação ao governo" que fica "nas paredes da assembleia". O objetivo vai além da pressão parlamentar ao governo, com o Bloco a pretender "ser a voz de todos" precários abrangidos pelo programa e que têm "o legítimo anseio de terem um contrato com direitos". Uma pressão para que o "processo não morra na praia" e para "exigir ao governo o que o espírito da lei o obriga".