O anúncio chega na semana seguinte ao alerta do grupo que o investimento na unidade portuguesa poderia estar em causa devido às portagens.
Em comunicado, o grupo PSA a empresa refere que foi desenvolvida uma “nova plataforma”, derivada da EMP2, para que seja possível a produção dos veículos em Vigo e em Mangualde. Em Portugal, esse investimento foi quase 50 milhões de euros.
A PSA, liderada pelo português Carlos Tavares (na foto), acrescenta que que os carros LAV (veículos de atividades de lazer ) –segmento do qual são exemplo a Citroën Berlingo e a Peugeot Partner – serão de cinco e sete lugares, mas só serão revelados nos próximos dias.
“Com esta nova linha competitiva, oferecemos aos nossos clientes individuais uma nova geração de LAV que se vão destacar em termos de estilo e recursos”, refere o vice-presidente executivo de programas e estratégia da PSA. “Também é uma ilustração concreta do nosso plano Push to Pass: numa única plataforma, estamos a apresentar modelos muito distintos que incorporam perfeitamente o DNA de cada uma das marcas”, acrescenta Olivier Bourges.
Para fazer face ao aumento da produção, será criado, nos próximos meses, um quarto turno em Vigo. Um terceiro turno em Mangualde começa a laborar a partir de abril, estando a decorrer a fase de contratação dos 225 trabalhadores.
Ambas as unidades tiveram alterações profundas para acomodar os novos modelos do projeto da PSA até agora conhecido como K9, que, devido às suas características, vão pagar classe 2 nas portagens portuguesas.
A diferença entre os atuais modelos produzidos em Mangualde, que pagam classe 1, prende-se com a altura do veículo, que no caso do projeto K9, por ser superior a 1,10 metros, sobe de escalão no atual sistema.
A situação levou a PSA a aletar que o investimento na fábrica do grupo em Mangualde pode estar em causa e o governo a revelar que vai introduzir na “renegociação” que “está a fazer com as várias concessionárias, nomeadamente com a Brisa”, uma alteração ao sistema.
A pretensão das construtoras automóveis sobre as portagens é que os veículos ligeiros tenham uma classificação e os pesados outras, ou seja, seria o peso e não a altura a determinar a portagem a pagar.
“Estamos todos à espera que se produzam alguns resultados de uma forma rápida”, disse o diretor geral da PSA Portugal sobre as reuniões entre o governo e as gestoras das auto-estradas. Alfredo Amaral avisou que a não alteração nas classificações das portagens, a médio prazo, “porá em causa a continuidade da nossa presença”. Os futuros modelos do projeto K9, poderão chegar uma produção de 100 mil veículos por ano, dos quais 20 mil para Portugal.