Carros autónomos. Mobilidade controlada a partir do telemóvel. Usar os transportes públicos como se utiliza o comando da televisão com o ‘netflix’. Carros obsoletos nas cidades. Há apenas uma década, nenhum destes cenários seria considerado plausível. Hoje todos eles começam a fazer, gradualmente, parte da nossa vida quotidiana.
Isto só tem sido possível através da exponencial progressão tecnológica e porque as cidades se têm assumido como os maiores laboratórios experimentais do planeta. A mobilidade é um dos seus domínios mais disruptivos. Portugal, de acordo com os especialistas, está na linha da frente do que se está a fazer no mundo inteiro. Todavia, no país há um ponto para onde todos olham com mais atenção: Cascais.
E nem sou eu que o digo: são eles, os especialistas. Em Las Vegas, na maior feira de tecnologia do mundo (CES), o projeto de Mobilidade integrada – Mobi Cascais – foi apresentado como referência internacional. Para os leitores menos familiarizados, o Mobi Cascais é: (1) um pacote integrado de comboio, bicicleta, estacionamento e autocarro; (2) a preços muito competitivos; (3) patenteia elevada integração tecnológica e comando a partir do telemóvel de cada utilizador; (4) com uma diminuição significativa da pegada de carbono.
A revolução que Cascais está a liderar na mobilidade é o maior motor propulsor da mudança que se está a operar no território. O leitor perguntará, legitimamente, o que é que as nossas Bicas (bicicletas da rede partilhada) ou os nossos Buscas (rede de autocarros) tem a ver com o futuro da cidade/município? Em bom rigor, tudo. Mais mobilidade concorre para maiores graus de liberdade, contribuindo para uma democracia integral – no verdadeiro sentido em que todos os cidadãos podem chegar a todo o lado. Mais mobilidade representa diminuição de distâncias, de tempos e, por essa via, ganhos de competitividade para as empresas. Mais mobilidade, por fim, impacta na forma como toda a urbe se organiza.
Tudo isto está a acontecer em simultâneo em Cascais. Porque a mobilidade é hoje um dos nossos principais pilares de desenvolvimento, sim, mas também porque há uma estratégia clara de colocar Cascais como o melhor lugar as famílias viverem e de atrair investimentos que gerem emprego. É também essa estratégia que tem captado atenção dentro e fora de portas.
Até 2025, cálculos muito conservadores apontam para que Cascais tenha mais de mil milhões de euros de investimento. A fórmula é simples: 75% investimento privado e 25% público.
Destacaria, da lista destes grandes investimentos públicos e privados, os desenvolvimentos na área da Educação, da Saúde, das Infraestruturas, da Cultura e do Emprego – áreas centrais do modelo de Estado que defendemos: moderno, ágil e gerador de oportunidades para todos.
Educação e Inovação Destaque óbvio para o novo campus da Universidade Nova – a School of Business and Economics – e para a futura Faculdade de Medicina da Universidade Católica. Duas instituições de referência que colocarão Cascais na rota do conhecimento ao nível internacional. Mais do que isso, dois polos que farão de Cascais um laboratório de ideias, de negócios e de progresso científico e social. E na Bataria de São Gonçalo, ao lado da Nova, vai surgir o Cascais Inovation Park, um centro internacional de negócios.
Saúde Um novo Hospital Universitário (parceria da Católica com a Luz Saúde); três novos centros de saúde; um projeto privado com 75 camas de cuidados continuados; um polo de ciências da saúde e da qualidade de vida de ultima geração, ligado a uma grande multinacional, no antigo Hospital José de Almeida, são os destaques.
Infraestruturas O Aeródromo de Tires vai ser reclassificado. O novo “Aeroporto de Cascais” será cada vez mais central na formação e mais procurado pela aviação executiva. A Marina de Cascais vai ser totalmente remodelada e melhorada, num investimento de largas dezenas de milhões.
Cultura O MARCC – Museu de Arte Urbana Contemporânea, do artista Vhils, será uma realidade. Tal como o novo Edifício Cruzeiro, no Estoril, casa da Academia das Artes e da Escola de Arte e Design de Cascais.
Emprego Há dezenas de empresas que se estão a sedear no concelho e novos projetos ligados ao turismo e aos serviços que, juntos, criarão cerca de 15 mil postos de trabalho muito qualificados nos próximos oito anos. Ficaremos mais perto do nosso objetivo de criar emprego para o maior número.
Cascais já está a mudar. Olhamos para o território de forma integrada e ligámo-lo com uma rede de mobilidade eficaz. Procurámos matar as assimetrias fazendo investimento em todos os eixos concelhios. Defendemos os princípios do Estado Social moderno, com apostas na Educação, na Saúde, nas infraestruturas, na Cultura e no Emprego. E atraímos negócios e empresas internacionais, cidadãos e famílias dos quatro cantos do globo, porque somos cada vez mais o melhor lugar para viver, investir ou trabalhar.
No limite, é a isso que se reduz a nossa estratégia: Cascais ser sinónimo de democratização da qualidade de vida.
Escreve à quarta-feira