Comissão da Transparência retoma após paragem de cinco meses

Comissão da Transparência retoma após paragem de cinco meses


Na mesa estão 18 diplomas sobre lóbi, enriquecimento ilícito ou estatuto dos deputados


Os deputados da Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas, vão hoje retomar os trabalhos após uma paragem de cinco meses.

É nesta comissão criada pelo parlamento que se vai discutir e aprovar a regulamentação do lóbi, do enriquecimento ilícito ou alterações ao estatuto dos deputados.

Durante a reunião de hoje, que vai decorrer após a sessão plenária, vão estar em cima da mesa 18 diplomas de todos os partidos em forma de projetos-lei, de projetos de resolução ou de alterações às leis em vigor.

Os últimos diplomas que deram entrada na comissão foram os do PS, que anteontem apresentaram três diplomas. Dois deles regulamentam o lóbi, um define o que se entende como atividade profissional de mediação na representação de interesses e outro diploma estipula como e quem pode ter atividade lobista junto do governo e das autarquias.

Os socialistas apresentaram ainda uma proposta de Código de Conduta mas sem força de lei, sendo apenas uma recomendação. Neste documento, o PS recomenda aos deputados que durante um ano não aceitem presentes com valor superior a 150 euros de uma mesma entidade. Recomendam ainda que não aceitem entradas em espectáculos de cultura ou de desporto para os quais sejam cobrados bilhetes ou viagens que impliquem deslocações e estadias pagas.

Sobre a regulamentação do lóbi, até ao momento, o único partido além do PS a avançar com uma proposta foi o CDS. O i sabe que o PSD tem uma proposta desenhada mas que está a aguardar a que a nova direção do partido assuma funções para decidir se apresenta o diploma tal como está ou se vai fazer alguma alteração.

Tanto o PCP como o Bloco de Esquerda são contra a regulamentação do lóbi e apresentaram diplomas sobre o enriquecimento ilícito ou alterações ao estatuto dos deputados. O BE, por exemplo, entende que os deputados devem exercer funções em regime de exclusividade. Além disso, o BE também tem em cima da mesa uma proposta para um Código de Conduta, mas com força de lei, estando também previsto o patamar de 150 euros para o recebimento de ofertas. O partido defende que os presentes com valor acima desse patamar sejam entregues às entidades em que exercem funções.

Os trabalhos desta comissão – que não tem caráter permanente – deverão estar concluídos até ao final do próximo mês. Desde que foi criada, a 20 de abril de 2016, houve 38 reuniões. Destas, em 15 decorreram à porta fechada estando apenas presentes alguns deputados e coordenadores.