2016 registou o valor mais baixo de emigração dos últimos cinco anos, com 100 mil habitantes a abandonado o país. Depois do pico de 120 mil habitantes em 2013, a tendência tem sido para descer, explica o Público.
O ano negro da emigração foi 2013: 120 mil habitantes deixaram Portugal em busca de um futuro melhor. Com a crise, a taxa de emigração vinha a subir desde 2010, tendo, em 2011, chegado aos 85 mil e, no ano seguinte, subido para os 105 mil.
Os sinais de queda chegaram em 2014, com menos cinco mil habitantes a deixar Portugal. A descida manteve-se constante até 2015, tendo duplicado em 2016. Ou seja, em números, a emigração baixou para os 115 mil em 2014, para os 110 mil em 2015 e atingiu o valor mais baixo no ano passado ao ficar-se pelos 100 mil.
Rui Pena Pires, responsável pelo Observatório da Emigração, disse, em entrevista ao Público, que "é normal que a emigração continue", uma vez que "Portugal ainda não está num processo de expansão económica muito forte". Apesar da tendência para diminuição, o investigador alerta que "vamos demorar a retomar os níveis de antes da crise" porque "a única coisa que poderá acelerar a descida deste fenómeno é a crise nos países de destino", acrescenta.
É o que está a acontecer no Reino Unido, pela incerteza causa pelo Brexit, e em Angola, pela crise do petróleo que foi responsável pela desvalorização da moeda angolana. A emigração para estes dois países tinha-se mantido estável nos últimos anos, apesar dos valores a nível geral. Porém, em 2016, registou-se uma descida de 5,4% de emigrantes a irem para o Reino Unido e de 41,8% para Angola, a maior descida registada.
"Não é provável que em 2017 os fatores que estiveram na origem do decréscimo no Reino Unido e em Angola mudem muito", afirma Rui Pena Pires. Por outro lado os movimentos para Espanha aumentaram 15,2% entre 2015 e 2016, mas "não compensa a diminuição da emigração para outros destinos", acrescenta.