O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – SEF – confirma que o aeroporto de Lisboa está a ser utilizado como placa giratória para uma rede transnacional de tráfico de crianças vindas da África subsaariana, no espaço Schengen.
A inspetora da Unidade de Tráfico de Pessoas do SEF, Edite Fernandes, avançou à Renascença que “Portugal é, de facto, país de trânsito e porta de entrada", algo que é justificado, de acordo com a responsável, com "a posição geográfica e com o facto de termos ligações, simultaneamente, com os países de origem e com os destinos europeus".
No entanto, "as autoridades têm estado mais atentas a outras rotas de tráfico que já eram tradicionalmente utilizadas, o que leva estas redes a abrirem novas rotas. Esta, em concreto, inclui Portugal".
A mesma fonte adiantou, em declarações à Renascença, que desde março de 2017 já "foram detectadas, sinalizadas e acolhidas cinco crianças em instituições em Portugal", avançando ainda que são menores, oriundos "de países anglófonos e francófonos", como o "Senegal, o Congo ou o Gana".
Os intermediários das redes de tráfico têm, na sua maioria, cidadania europeia, o que dificulta bastante o trabalho às autoridades. Já as crinças costumam viajar com documentação falsa, sendo esta a forma de os inspetores detetarem os casos.