Superior. Número de alunos e médias dos cursos voltam a subir

Superior. Número de alunos e médias dos cursos voltam a subir


O concurso de acesso ao superior deste ano revela que não havia tantos alunos a entrar numa universidade ou politécnico desde 2010.


Há menos cursos com poucos alunos e com médias negativas.

Há 160 licenciaturas e mestrados integrados que ficaram com dez ou menos alunos colocados na 1.ª fase de acesso ao ensino superior. Destes, em 45 não foi colocado nenhum aluno nesta fase e a esmagadora maioria dos 160 cursos menos procurados (129) são dos politécnicos e 55 são da área da Engenharia, de onde se destaca o ramo de Civil.

Mas este ano há menos 37 cursos nesta situação face ao ano passado, quando na 1.ª fase do concurso havia 197 cursos com dez ou menos alunos colocados.

Este é apenas um dos indicadores que evoluiu de forma positiva, segundo os resultados das colocações divulgados este fim de semana pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

A 2.ª fase arranca hoje, num cenário em que já foram admitidos no ensino superior 44.914 alunos, mais 4,6% do que em 2016. Desde 2010 que não havia tantos alunos a entrar para uma universidade ou politécnico públicos e este é o quarto ano consecutivo que regista um aumento de estudantes a prosseguirem os seus estudos no superior.

Retrato que não passou despercebido ao primeiro-ministro, que aproveitou a ocasião para associar o aumento de alunos ao aumento de rendimentos das famílias. “Significa que a sociedade portuguesa tem hoje mais liberdade de opção do que tinha há uns anos”, quando o salário dos filhos era necessário para as famílias, disse ontem o primeiro-ministro em Matosinhos.

Costa classificou ainda o aumento de alunos no superior como “uma das notícias mais importantes do resultado desta governação”, frisando que “o país não tem licenciados a mais”, tem “é empregos a menos para os licenciados de que necessita”.

A redução de cursos com poucos alunos pode ainda ser resultado do ajuste dos cursos em funcionamento ao mercado de trabalho. O anterior governo deu orientação às instituições para encerrarem os cursos que, no final de todas as fases do concurso nacional de acesso ao superior, fiquem com dez ou menos alunos colocados. A regra mantém-se em vigor.

Também os cursos com médias negativas reduziram este ano. Há 31 cursos com média negativa (no ano passado havia 38).

Estes são resultados os reitores e os presidentes dos politécnicos consideram positivos.

O presidente do Conselho Coordenador do Politécnicos, Nuno Mangas, destaca o crescimento de 8,4% do número de estudantes colocados nos politécnicos, onde este ano entraram 17.266 alunos: “Trata-se de ótimos resultados. O número de colocados cresce pelo quarto ano consecutivo, constatando-se um aumento generalizado de alunos colocados nos politécnicos e, em especial, nas instituições localizadas nas regiões de menor densidade demográfica”.

Também o presidente do Conselho de Reitores (CRUP), considera “positiva” a tendência que se tem vindo a acentuar: há cada vez mais alunos a escolherem as universidades como 1.ª opção, tendo sido esta a escolha de 61,5% dos alunos que decidiram entrar no ensino superior, com 27.648 estudantes.

Médias sobem Outra das tendências que se regista nestes resultados é a subida das médias. Este ano há 82 cursos com uma média superior a 16 valores, patamar que os reitores consideram ser “muito bom”, diz António Cunha. São mais 18 cursos com a média acima dos 16 valores face ao ano passado (64 licenciaturas).

“As médias subiram muito, sobretudo nas engenharias, mas também subiram em outras áreas como na Economia, na Gestão, na Medicina, nas Ciências da Comunicação”, salienta ao i o presidente do CRUP.

Entre os cursos com as médias mais altas, a Medicina voltou este ano a ser destronada por duas licenciaturas do Instituto Superior Técnico: o de Engenharia Aeroespacial, que voltou a ocupar o primeiro lugar dos cursos com a média mais alta, com 18,8 valores, subindo em três décimas a média face ao ano passado; e o de Engenharia Física Tecnológica, a ocupar a segunda posição com 18,7 valores, mais duas décimas em relação a 2016.

A Medicina surge em terceira posição, tal como no ano passado, com a licenciatura na Universidade do Porto, registando uma média de 18,3 valores.

Para a 1.ª fase havia 50.838 vagas disponíveis e já foram colocados 44.917 alunos. Ficam assim, pelo menos 6.225 vagas disponíveis para a 2.ª fase do concurso. O menor número desde 2009.