«Um presidente de Câmara de futuro e com largo horizonte na política». É como Hugo Soares, líder parlamentar do PSD em Lisboa e presidente do partido em Braga, descreve Ricardo Rio.
Hugo Soares, que conhece bem o amigo e autarca, já antes defendera ao SOL que Ricardo Rio é «um dos melhores exemplos que o PSD e o país têm de autarcas da nova geração» e não hesitou em repeti-lo «pela visão estruturada que tem do poder local, pela capacidade técnica e política que põe nas decisões e pela capacidade ímpar de responder aos anseios da população».
De facto, há poucas bandeiras que Ricardo Rio não defenda: conseguiu a dimensão económica de colocar Braga nas dez empresas mais exportadoras do país, reduzir os desempregados inscritos no centro de emprego regional para metade e conta ter reforçado «a dinâmica cultural, o envolvimento económico e a valorização do património».
Ao SOL, acrescenta ainda as apostas na «tecnologia limpa, no urbanismo e no ambiente».
O segundo mandato, continua, é para «consolidar». «Não se faz em quatro anos o que não se fez em 40 anos». Mas neste último mandato afirma ter ocorrido «uma mudança substancial». E porquê? «Na postura e na atitude da Câmara e do presidente de Câmara com os cidadãos: passou a haver uma proximidade maior, um acesso melhor, que permitiram um alinhamento transversal». E do quê? «De uma concertação estratégica entre as instituições da Câmara Municipal, a universidade do Minho, a Igreja e os agentes culturais», exemplifica o incumbente, que aponta ainda à redução da dívida – «devido à herança das PPP’s» – como outro feito, assim como o financiamento das «juntas de freguesia brancarenses em 25 milhões de euros como complemento, nomeadamente na área social».
Para Ricardo Rio, então, «a maior obra é deixar orçamento para gerir e não faturas para pagar» para a geração que vem a seguir.
Nessa lógica de futuro, o recandidato a presidente prepara já a candidatura da cidade de Braga a capital europeia da Cultura, em 2027, tendo que apresentar a intenção até 2021.
Se o concelho ganhar o concurso, já não será Ricardo Rio a presidir presencialmente ao projeto pois alcança o seu limite de mandatos. E é aí que ecoa o desafio que a estrutura social-democrata vai murmurando: o futuro do autarca de Braga é a política nacional.
Até lá, claro, há uma eleição para ganhar em menos de um mês. O slogan, nos cartazes, assegura que a «mudança não vai parar». Há quem discorde.
Se Ricardo Rio é olhado como protagonista na nova geração de autarcas do PSD, o Partido Socialista respondeu com ainda mais juventude. Miguel Corais, de 38 anos, é o candidato do PS para recuperar a Câmara de Braga e se Rio diz que a «mudança não vai parar», a candidatura de Corais assume-se como «a verdadeira mudança».
O SOL fala com Miguel Corais, que tem feito uma campanha presencial pelos transportes públicos da cidade, para «escutar as pessoas, sem câmaras, sem Facebook».
«Sou candidato para ganhar. O mandato do atual executivo foi negativo. Muitas festas, muito mediatismo, mas pouca execução: apresentam o mesmo programa eleitoral que apresentaram em 2013 porque não executaram nada», ironiza o candidato que mereceu uma palavra especial do primeiro-ministro, António Costa, na convenção autárquica dos socialistas. «Eles dizem que a ‘mudança’ não vai parar. Eu digo que quem evoca a mudança é porque não mudou nada enquanto lá esteve», afirma, confiante.
O programa de Miguel Corais assenta em cinco ambições para a educação (ter a menor taxa de abandono escolar nacional), cultura (aumentando o orçamento em 30%), o reforço da rede social local e dois pontos em sintonia com o PS/Nacional: o empreendedorismo jovem e a modernização administrativa.
BI
Ricardo Rio nasceu em 1972 e formou-se em Economia, tendo dado aulas na universidade.
Em 2001 foi eleito deputado à Assembleia Municipal de Braga e em 2004 vai para vice-presidente da distrital do PSD. A sua recandidatura foi aprovada por unanimidade depois de ter vencido a Câmara em 2013 em coligação com o CDS.
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Miguel Corais tem 38 anos e é formado em Gestão, tendo também dado aulas na universidade além de ter desenvolvido atitividade profissional como gestor de empresas e no setor bancário.O candidato do PSfoi administrador do Parque de Exposições de Braga entre o ano de 2009 e o ano de 2013.13
