Roger Corman. O que levei mais tempo a aprender foi a trabalhar com os atores

Roger Corman. O que levei mais tempo a aprender foi a trabalhar com os atores


O realizador de “House of Usher” e “Tales of Terror” é um dos grandes mestres homenageados na 11.ª edição do MOTELx, que decorre até 10 de setembro em Lisboa.


Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Ron Howard, Jonathan Kaplan, James Cameron, todos terão algo a dever a um nome. Roger Corman. Realizador, produtor, argumentista que chegou ao cinema bem lá atrás, no ano de 1950. Primeiro a escrever, depois, num passo de génio, a produzir, até, ao terceiro filme, decidir que seria realizador ele próprio. Tarefa que havia de se revelar mais complexa do que supusera quando um dia numa rodagem achou que também ele seria capaz. Daí “The Monster from the Ocean Floor”, em 1954, que foi todo um processo de aprendizagem, como seriam os seguintes. E são já com mais de meia centena (além dos 400 que produziu) numa lista em que difícil será nomear só alguns. “House of Usher” (1960), “The Raven” (1963), “The Masque of the Red Death” (1964, com sessão amanhã no Teatro Tivoli). Ou a adaptação ao cinema de vários clássicos de Edgar Allan Poe. Tantos que nem para tudo houve tempo neste encontro rápido no Vintage Hotel, em Lisboa, onde acabou de chegar para a 11.ª edição do MOTELx, que depois de um cancelamento de última hora há dois anos, o recebe agora para, ao lado de Alejandro Jodorowsky, lhe prestar homenagem devida aos grandes mestres vivos.  

Finalmente, depois de há dois anos…

As coisas complicaram-se um bocadinho com o meu trabalho em Los Angeles e não deu para vir [à edição de 2015 do MOTELx].

Mas agora que cá está, como convidado de honra da décima primeira edição do festival, que exibe dois dos seus filmes na secção Culto dos Mestres Vivos. O primeiro [hoje, no São Jorge] é “X: The Man With The X-Ray Eyes”. Como é que surgiu a personagem deste cientista?

Inicialmente tive a ideia de um homem capaz de ver para lá da realidade, de ver certos elementos físicos, mas também psicológicos e filosóficos, para lá do que está à superfície. A primeira coisa que me ocorreu foi que devia ser um cientista a fazer uma investigação mas depois pensei que era demasiado básico, que devia procurar algo mais interessante. Então comecei a escrever uma história de um músico de jazz que andava a exagerar no consumo de droga. Já tinha escrito metade da história quando percebi que não estava a gostar da ideia e voltei à ideia original, que fazia muito mais sentido, de um cientista dedicado à investigação sobre a visão. De todos os filmes que já fiz, será um dos melhores para fazer um remake. 

Leia a entrevista do i a Roger Corman ler na edição em papel desta quarta-feira