Um quarto das pessoas que votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia diz que foi enganado durante a campanha pelo Brexit, revela um inquérito feita pela empresa de consulturia Opinium.
O inquérito, citado pelo jornal Independent, chegou à conclusão que 26% dos votantes a favor do Brexit dizem agora que foram enganados pela campanha e que, se houvesse outro referendo hoje, o Reino Unido permaneceria na União Europeia – 47% a favor da permanência contra 44% que defende o Brexit. 5% não respondeu e 3% disse que não iria votar.
Recorde-se que um dos argumentos usados na campanha daqueles que defendiam a saída era entrada de mais 350 milhões de libras (cerca de 380 milhões de euros) por semana no sistema nacional de saúde britânico – uma promessa que foi entretanto deitada por terra, ao ter sido provado que seria impossível chegar a esse valor. Neste inquérito, 35% dos que votaram a favor do Brexit admitem ter acreditado nesta promessa.
O inquérito revela também que apenas 19% dos votantes a favor da saída afirmam que a campanha pelo Brexit foi verdadeira.
Questionados se deveria existir um segundo referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, 37% concordou com essa ideia, mas 49% opôs-se à mesma. Para além disso, 47% disse discordar da forma como a primeira-ministra inglesa Theresa May lidou com o processo – apenas 28% apoiou a forma como May conduziu o caso.
Um futuro muito pouco brilhante
O inquérito, feito com base nas respostas de 2006 pessoas, analisou também a forma como os britânicos encaram o futuro após uma saída da União Europeia. 39% tem uma perspetiva mais negativa do que aí vem, acreditando que a sua situação financeira irá piorar nos próximos dois anos devido ao Brexti. Destes, 58% votou a favor da permanência e 23% a favor da saída.
Falando num futuro mais distante – mais precisamente, daqui a 10 anos -, a situação contiua a afgurar-se negra para os britânicos: metade dos que disseram que queria ficar na União Europeia acredita que viverá em piores condições. Apenas 9% dos que votaram a favor da saída acreditam que a sua situação financeira estará pior nessa altura.