Chineses desistem de entrar na Global Media

Chineses desistem de entrar na Global Media


Futuro do DN continua incerto. Na Cofina, Paulo Fernandes pôs em marcha um profundo plano de reestruturação.


Estava tudo a postos, em outubro passado, para o grupo chinês KNJ Investment Limited, sediado em Macau – e liderado pelo empresário Kevin Ho –, passar a ser o principal acionista do grupo Global Media, proprietário de títulos como Diário de Notícias e Jornal de Notícias. A decisão foi sendo adiada durante meses e, como o SOL apurou, o grupo chinês já desistiu de avançar com a entrada no capital do grupo.

A ideia era ficar com 30% do grupo atualmente detido pelo empresário angolano António Mosquito, Joaquim Oliveira e Luís Montez. Uma operação que chegou a ser anunciada através da confirmação da assinatura de um memorando de entendimento entre as duas partes e que seria levada a cabo através de uma operação de aumento de capital. O negócio exigiria um investimento entre os 15 e os 20 milhões de euros.

Em comunicado emitido na altura pela Global Media, o grupo traça como objetivos desta operação a «criação de plataformas comunicacionais que permitem ligar Portugal e Macau a países de língua portuguesa» assim como a expansão da sua atividade «nos mercados digital e online, no âmbito da sua estratégia internacional». Objetivos esses que não vão ver a luz do dia com o grupo chinês.

 

Cofina na expetativa

Apesar das mexidas no setor dos media, o grupo Cofina, dono do Correio da Manhã e da CMTV continua a enfrentar um momento de impasse em relação ao seu futuro depois de ter avançado, em março passado, com uma profunda reestruturação com objetivo de cortar 10% dos custos. A empresa liderada por Paulo Fernandes arrancou com esta operação transversal a todo o grupo após ter registado em 2016 um recuo dos lucros de 14,4%, com quedas em quase todas as áreas de negócio, com destaque para as receitas de publicidade. Um comportamento que voltou a repetir-se e a acentuar-se no primeiros meses do ano, sobretudo em fevereiro.

Para fazer face a esta quebra, avançou com programa de rescisões e um despedimento coletivo. Em paralelo, pôs em marcha um plano de reforço de fusão de serviços e de otimização de recursos internos com o objetivo de «obter importantes sinergias» entre as redações dos seus «títulos de imprensa, plataformas digitais e televisão».

Recorde-se que, no ano passado, a Altice chegou a ter quase fechado um acordo com Paulo Fernandes, para a aquisição do grupo, mas as negociações, nunca assumidas publicamente, não chegaram na altura a bom porto.