Tribos da Praia.


O Verão chegou em todo o seu esplendor e eu bem sei o que vos vai na cabeça meus agradáveis patifes aí do outro lado da internet.


 Nunca mais chegam as férias para eu poder finalmente enfiar uns chinelos no pé e ir bater com os costados para a praia. Certo?

Bom, permitam-me já preparar-vos para o que vos espera. Sim porque um indivíduo quando sente o sol na moleirinha e a areia no dedo transforma-se no seu alter-ego veraneante, portanto aqui fica uma sucinta lista das espécies  que irão encontrar nos dias de férias que se avizinham:

O camarão na brasa.

A praia é o seu assador privado. O único intuito desta espécie é ficar esparramado ao sol até atingir um tom de pele próximo ao de um cidadão do Gabão mesmo que originalmente seja mais branco que um saco de farinha Amparo. Vai-se virando na toalha de tempos a tempos para homogeneizar o esturricamento e a água do mar serve apenas para pincelar o corpinho com iodo e potenciar o escurecimento da epiderme. É persistente e obstinado. Começa a fazer praia no início de Março e no final de Outubro ainda o vemos de papo para o ar no areal, para que quando chegue o Natal possa afirmar à mesa da Consoada que ainda tem uma corzinha de verão. Ah, e o protector solar é para meninos que têm medo de viver para lá do limite da vaidade.

O jogador da bola.

Cristiano Ronaldo põe os olhos nesta gente. Pleno Agosto. 3 da tarde. A praia tem mais gente que um campo de refugiados na Síria e não consegues mexer uma pestana sem ires de encontro a alguém, mas ele insiste em jogar uma peladinha com os amigos. Nada mais natural! É focado e tem dentro dele a alma do Ricardo Quaresma mesmo que os pés pareçam dois tijolos de barro cozido. Consegue arranjar 3 metros quadrados de areia e, com os seus 9 amigos de calções justinhos e pernas depiladas com mais primor que uma modelo da Victoria Secret lá começam a jogatina. O meu conselho é que não se aproximem desta malta porque a probabilidade de levarem com uma bola oficial da Adidas na pinha é de 125%. Para eles não é apenas um jogo entre amigos, é a final do campeonato do mundo com balizas feitas de sandálias empinadas na areia e nada nem ninguém os vai convencer do contrário. Sintam-se avisados.

O viciado em redes sociais.

A clássica foto das pernas com o rabo ou os abdominais a laurearem a pevide numa toalha com o mar como plano de fundo. A praia é uma enorme sessão fotográfica para mostrar ao mundo (e aos amigos que têm a infelicidade de estarem a trabalhar) que a vida pode ser uma selfie de papo para o ar à chapa do sol. Tem um plano valente de dados móveis e uma Power Bank para não haver cá problemas de última hora com a bateria e a internet. Usa hashatgs ao magote como #lifeisgood #enjoylife #lifeisthemoment #livehappy #endlesssummer #lovebythesea #bitchonthebeach entre outras frases tiradas directamente de um livro de auto-ajuda do Gustavo Santos com a profundidade de um bidé por encher e depois toca de publicar no Instagram e no Facebook como se não houvesse amanhã, até porque a vida é o momento. Quantos mais likes conseguir angariar melhor terá corrido a jornada na praia. É profissional e conhece os filtros das fotos como a palma da mão. No final do dia, a foto do pôr-do-sol é fundamental para rematar a coisa com chave de ouro e poder respirar o doce alívio da missão cumprida, #bestsunsetever pelo menos até ao #sunset do dia seguinte. Atenção que esta espécie e o “camarão na brasa” podem coexistir na mesma pessoa.

Continua na próxima semana…

 

Tribos da Praia.


O Verão chegou em todo o seu esplendor e eu bem sei o que vos vai na cabeça meus agradáveis patifes aí do outro lado da internet.


 Nunca mais chegam as férias para eu poder finalmente enfiar uns chinelos no pé e ir bater com os costados para a praia. Certo?

Bom, permitam-me já preparar-vos para o que vos espera. Sim porque um indivíduo quando sente o sol na moleirinha e a areia no dedo transforma-se no seu alter-ego veraneante, portanto aqui fica uma sucinta lista das espécies  que irão encontrar nos dias de férias que se avizinham:

O camarão na brasa.

A praia é o seu assador privado. O único intuito desta espécie é ficar esparramado ao sol até atingir um tom de pele próximo ao de um cidadão do Gabão mesmo que originalmente seja mais branco que um saco de farinha Amparo. Vai-se virando na toalha de tempos a tempos para homogeneizar o esturricamento e a água do mar serve apenas para pincelar o corpinho com iodo e potenciar o escurecimento da epiderme. É persistente e obstinado. Começa a fazer praia no início de Março e no final de Outubro ainda o vemos de papo para o ar no areal, para que quando chegue o Natal possa afirmar à mesa da Consoada que ainda tem uma corzinha de verão. Ah, e o protector solar é para meninos que têm medo de viver para lá do limite da vaidade.

O jogador da bola.

Cristiano Ronaldo põe os olhos nesta gente. Pleno Agosto. 3 da tarde. A praia tem mais gente que um campo de refugiados na Síria e não consegues mexer uma pestana sem ires de encontro a alguém, mas ele insiste em jogar uma peladinha com os amigos. Nada mais natural! É focado e tem dentro dele a alma do Ricardo Quaresma mesmo que os pés pareçam dois tijolos de barro cozido. Consegue arranjar 3 metros quadrados de areia e, com os seus 9 amigos de calções justinhos e pernas depiladas com mais primor que uma modelo da Victoria Secret lá começam a jogatina. O meu conselho é que não se aproximem desta malta porque a probabilidade de levarem com uma bola oficial da Adidas na pinha é de 125%. Para eles não é apenas um jogo entre amigos, é a final do campeonato do mundo com balizas feitas de sandálias empinadas na areia e nada nem ninguém os vai convencer do contrário. Sintam-se avisados.

O viciado em redes sociais.

A clássica foto das pernas com o rabo ou os abdominais a laurearem a pevide numa toalha com o mar como plano de fundo. A praia é uma enorme sessão fotográfica para mostrar ao mundo (e aos amigos que têm a infelicidade de estarem a trabalhar) que a vida pode ser uma selfie de papo para o ar à chapa do sol. Tem um plano valente de dados móveis e uma Power Bank para não haver cá problemas de última hora com a bateria e a internet. Usa hashatgs ao magote como #lifeisgood #enjoylife #lifeisthemoment #livehappy #endlesssummer #lovebythesea #bitchonthebeach entre outras frases tiradas directamente de um livro de auto-ajuda do Gustavo Santos com a profundidade de um bidé por encher e depois toca de publicar no Instagram e no Facebook como se não houvesse amanhã, até porque a vida é o momento. Quantos mais likes conseguir angariar melhor terá corrido a jornada na praia. É profissional e conhece os filtros das fotos como a palma da mão. No final do dia, a foto do pôr-do-sol é fundamental para rematar a coisa com chave de ouro e poder respirar o doce alívio da missão cumprida, #bestsunsetever pelo menos até ao #sunset do dia seguinte. Atenção que esta espécie e o “camarão na brasa” podem coexistir na mesma pessoa.

Continua na próxima semana…