Acidentes com fuga aumentaram mais de 40%

Acidentes com fuga aumentaram mais de 40%


Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária revela os ‘pontos negros’ das estradas portuguesas.


Em 2016, houve mais acidentes com fuga do condutor, mas menos mortos nas estradas portuguesas. Estas são duas das conclusões do Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária de 2016, divulgado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) esta semana.

Desde 2013 que o número de acidentes nas estradas tem vindo a aumentar – nesse ano, foram registadas 30.339 ocorrências e em 2016 existiram 32.299.

Apesar dos vários alertas espalhados pelas estradas quanto às condições atmosféricas adversas, o relatório revela que a maioria dos acidentes deu-se quando estava bom tempo – em 2016, 25.735 dos acidentes que envolveram vítimas ocorreram quando estavam condições favoráveis à condução de veículos e apenas 6310 quando estava a chover.

De acordo com o documento da ANSR, a maioria dos acidentes (20.009) ocorreu em arruamentos dentro de localidades. Nas autoestradas, foram registados 1947 sinistros, enquanto nas estradas municipais ocorreram 1765 acidentes e nas estradas nacionais 6561. Já nos itinerários principais e complementares (IP e IC) existiram 1099 ocorrências em 2016.

Fugas aumentam 42%

Os casos em que o condutor fugiu do local do acidente aumentaram 42% face a 2015. Ao todo, foram registados 987 acidentes com fuga, o que engloba atropelamentos, colisões e despistes. Em 2015, tinham sido registadas 695 situações deste género.

O mesmo documento mostra que houve 419 atropelamentos com fuga (mais 36% do que no ano anterior). Nestes acidentes foram registados nove mortos (mais dois do que no anterior) e 27 feridos (igual a 2015).

Menos mortos nas estradas

Apesar de o número de mortos nestas situações ter aumentado, o Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária mostra que, no ano passado, houve menos vítimas mortais nas estradas portuguesas. Ao todo, foram registados 32.299 acidentes com vítimas, o que representa mais 1,1% do que em 2015. Nestas situações, 445 pessoas morreram, menos 5,9% do que no ano anterior. 2.102 ficaram gravemente feridas (menos 6,6%) e 39.121 sofreram ferimentos ligeiros (mais 0,8%).

Dos 445 mortos, 286 eram os condutores dos veículos envolvidos nos sinistros, 77 eram passageiros e 82 peões. Entre os condutores que morreram nas estradas portuguesas, 34 tinham 75 anos de idade ou mais e 11 tinham entre 15 e 19 anos. Quanto aos passageiros que perderam a vida em acidentes rodoviários, 13 tinham 75 anos ou mais e três tinham uma idade inferior ou igual a 14 anos de idade. Já entre os peões envolvidos nos acidentes, os dados revelam que a maioria das vítimas mortais são idosos. Duas pessoas tinham até 19 anos e 28 mais de 75.

Lisboa foi o distrito onde foram registados mais acidentes fatais – 57 pessoas perderam a vida nas estradas desta zona. O Porto surge no segundo lugar da lista, com 46 mortos na estrada, seguido por Aveiro (43), Setúbal (36), Leiria (32) e Faro (32).

Outubro foi o mês em que mais pessoas morreram na estrada, tendo sido registadas, em 2016, 50 vítimas mortais. Segue-se julho, com 46 mortos, agosto, com 42, e setembro, com 41.

A ANSR foi mais longe e analisou os dias da semana em que ocorreram mais acidentes com vítimas mortais: o sábado foi o dia em que se registaram mais acidentes fatais, com 85 mortos. Segue-se o domingo (72), a sexta-feira (67) e a segunda-feira (66).

Os ‘pontos negros’ de Portugal

O Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária revela a lista dos ‘pontos negros’ das estradas portuguesas. Ao todo, a ANSR identifica 36 locais perigosos nas vias nacionais, mais oito do que em 2015.

O IC17, a Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL) que liga Sacavém a Algés, é a via mais perigosa do país, com cinco ‘pontos negros’ – nestes, foram registados 33 acidentes, que envolveram 68 carros.

A A2 (autoestrada do Sul) é a segunda estrada mais perigosa de Portugal, com quatro pontos negros. Nestes locais, foram registados 21 acidentes em 2016. A terceira estrada mais perigosa é a A20, a Circular Regional Interior do Porto (CRIP). Esta via tem três pontos negros, onde foram registados 18 acidentes. Também a EN6, que liga Lisboa a Cascais, tem três pontos negros, onde ocorreram 15 acidentes.