Para o banhista, turista e surfista… vem o fuzileiro


As praias encontram-se em estado de emergência militar. Num país à beira mar plantado é, no mínimo, algo que oferece um sentimento de surpresa. De um lado, temos o sol que nos orgulha, as praias que nos enriquecem e o turismo que pauta novos horizontes económicos. Do outro, o mar tramado, as praias muito perigosas…


As praias encontram-se em estado de emergência militar. Num país à beira mar plantado é, no mínimo, algo que oferece um sentimento de surpresa. De um lado, temos o sol que nos orgulha, as praias que nos enriquecem e o turismo que pauta novos horizontes económicos. Do outro, o mar tramado, as praias muito perigosas e um vasto conjunto de fatores, este ano, supostamente fora do normal. Decisão: fuzileiros nas praias.

‘Flat’ não entra no léxico da maioria das pessoas. Este jargão do surf designa dias de “mar chão”. Durante o passado mês de Abril, um dos referidos fatores fora do normal foi mesmo a sequência de vários dias (talvez semanas) de flat. As coincidentes temperaturas de verão constituíram o convite completo para quem aqui vive e/ou nos visita ir dar os saudosos primeiros mergulhos de verão… em plena primavera. Rapidamente surgiram notícias de incidentes nas praias com relação direta com a falta de vigilância nas praias.

Ora, recorde-se que a época balnear, por definição, refere-se a um período sazonal onde as condições meteorológicas são mais favoráveis à prática de banho, leia-se, se e quando a generalidade das pessoas entende ‘ir para a praia’. É, pois, um conceito que resulta de pressupostos variáveis. No entanto, a sua determinação administrativa segue padrões historicamente estanques. A título de exemplo, Cascais abriu a sua época a 1 de Maio, Albufeira a 15 de Maio e Oeiras a 19 de Maio. Outras zonas do país ainda esperam pelo início ou mesmo meio de Junho para avançarem alargando assim o considerável atraso face aos primeiros dias de real utilização das praias deste ano.

Recuando um pouco mais no tempo, no verão de 2015, registaram-se algumas situações de conflito de utilizadores das praias, levando mesmo à efetivação da proibição da prática de surf em zonas concessionadas em algumas praias de Aveiro. Tudo em nome de uma prioridade ao banhista. O ponto nuclear é a segurança de todos os utilizadores das praias, a qual implica alterações in situ e todos os dias, com vista à adequada definição das zonas de banhos e demais aspetos relevantes. A existência de surfistas na água é um auxílio complementar para situações de comprometimento da segurança dos banhistas, tal como, já este ano, os surfistas fizeram na Costa da Caparica ao consumar um salvamento.

Temos então, a formação de decisão de abertura de época balnear desajustada, uma legislação que prevê proibições de quem salva banhistas, e fuzileiros – que palavra comercialmente agradável para o turismo – nas praias. Isto tudo num contexto em que o enquadramento do utilizador de praia mudou, passando a haver pessoas nas praias mais cedo, turistas sem preparação ou conhecimento dos riscos do mar, e o surf como motor económico-turístico a alargar a gama de utilizadores das praias.

Parece-me evidente que existe uma necessidade de rever o processo de utilização e gestão das praias. Avanço com algumas sugestões: implementação de uma resposta temporal variável face às condições climatéricas (uma espécie de pré-época balnear não permanente), reorganização dinâmica e diária das zonas de surf e de banhos (os corredores que existem há anos em França, por exemplo), novo modelo de participação dos concessionários e das autoridades competentes (antes, durante e depois do atual período de época balnear). Em suma, para todos e com todos, banhistas, turistas e surfistas: mais cedo e diferente.  

Para o banhista, turista e surfista… vem o fuzileiro


As praias encontram-se em estado de emergência militar. Num país à beira mar plantado é, no mínimo, algo que oferece um sentimento de surpresa. De um lado, temos o sol que nos orgulha, as praias que nos enriquecem e o turismo que pauta novos horizontes económicos. Do outro, o mar tramado, as praias muito perigosas…


As praias encontram-se em estado de emergência militar. Num país à beira mar plantado é, no mínimo, algo que oferece um sentimento de surpresa. De um lado, temos o sol que nos orgulha, as praias que nos enriquecem e o turismo que pauta novos horizontes económicos. Do outro, o mar tramado, as praias muito perigosas e um vasto conjunto de fatores, este ano, supostamente fora do normal. Decisão: fuzileiros nas praias.

‘Flat’ não entra no léxico da maioria das pessoas. Este jargão do surf designa dias de “mar chão”. Durante o passado mês de Abril, um dos referidos fatores fora do normal foi mesmo a sequência de vários dias (talvez semanas) de flat. As coincidentes temperaturas de verão constituíram o convite completo para quem aqui vive e/ou nos visita ir dar os saudosos primeiros mergulhos de verão… em plena primavera. Rapidamente surgiram notícias de incidentes nas praias com relação direta com a falta de vigilância nas praias.

Ora, recorde-se que a época balnear, por definição, refere-se a um período sazonal onde as condições meteorológicas são mais favoráveis à prática de banho, leia-se, se e quando a generalidade das pessoas entende ‘ir para a praia’. É, pois, um conceito que resulta de pressupostos variáveis. No entanto, a sua determinação administrativa segue padrões historicamente estanques. A título de exemplo, Cascais abriu a sua época a 1 de Maio, Albufeira a 15 de Maio e Oeiras a 19 de Maio. Outras zonas do país ainda esperam pelo início ou mesmo meio de Junho para avançarem alargando assim o considerável atraso face aos primeiros dias de real utilização das praias deste ano.

Recuando um pouco mais no tempo, no verão de 2015, registaram-se algumas situações de conflito de utilizadores das praias, levando mesmo à efetivação da proibição da prática de surf em zonas concessionadas em algumas praias de Aveiro. Tudo em nome de uma prioridade ao banhista. O ponto nuclear é a segurança de todos os utilizadores das praias, a qual implica alterações in situ e todos os dias, com vista à adequada definição das zonas de banhos e demais aspetos relevantes. A existência de surfistas na água é um auxílio complementar para situações de comprometimento da segurança dos banhistas, tal como, já este ano, os surfistas fizeram na Costa da Caparica ao consumar um salvamento.

Temos então, a formação de decisão de abertura de época balnear desajustada, uma legislação que prevê proibições de quem salva banhistas, e fuzileiros – que palavra comercialmente agradável para o turismo – nas praias. Isto tudo num contexto em que o enquadramento do utilizador de praia mudou, passando a haver pessoas nas praias mais cedo, turistas sem preparação ou conhecimento dos riscos do mar, e o surf como motor económico-turístico a alargar a gama de utilizadores das praias.

Parece-me evidente que existe uma necessidade de rever o processo de utilização e gestão das praias. Avanço com algumas sugestões: implementação de uma resposta temporal variável face às condições climatéricas (uma espécie de pré-época balnear não permanente), reorganização dinâmica e diária das zonas de surf e de banhos (os corredores que existem há anos em França, por exemplo), novo modelo de participação dos concessionários e das autoridades competentes (antes, durante e depois do atual período de época balnear). Em suma, para todos e com todos, banhistas, turistas e surfistas: mais cedo e diferente.