Cada português tem à sua disposição o dobro dos alimentos que realmente precisa. Esta é a conclusão retirada da Balança Alimentar Portuguesa, divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“A oferta alimentar excessiva e desequilibrada tem vindo a afastar-se progressivamente do padrão alimentar mediterrânico”, refere o INE, que analisou a disponibilidade alimentar no período 2012-2016. Neste período, que “ficou marcado pelo último ciclo recessivo, com epicentro em 2012”, o que levou a que a generalidade dos grupos alimentares apresentasse disponibilidades inferiores às do período 2008-2011, estavam disponíveis para consumo 8,6 milhões de toneladas de alimentos brutos.
“A sua conversão em calorias revela um aporte calórico médio de 3.834 kcal (3.938 kcal no período 2008-2011), com um mínimo de 3.811 Kcal em 2012 (o nível mais baixo desde 2005) e um máximo de 3.895 kcal em 2016”, pode ler-se no estudo. Recorde-se que o valor recomendado por cada adulto é de cerca de duas mil calorias diárias.
Quando comparada com o padrão alimentar recomendado pela Roda dos Alimentos, há "excesso de oferta de produtos alimentares dos grupos da "carne, pescado e ovos". Em média, cada português tinha disponível diariamente para consumo 213,3 gramas de carne, 54,3 gramas de pescado, meio ovo, 332,7 gramas de leite e produtos lácteos, 338,7 gramas de cereais, 217,1 gramas de batata, 288,2 gramas de hortícolas, 222,2 gramas de frutos, 8,0 gramas de leguminosas secas, 102,9 gramas de óleos e gorduras, 73,6 gramas de açúcar, 23,7 gramas de produtos estimulantes, 547,7 mililitros de bebidas não alcoólicas e 266,7 mililitros de bebidas alcoólicas.