Se dúvidas ainda restassem, Federer faz questão de as dissipar a cada jogo que passa: o rei está de volta às grandes tardes/noites de ténis. Depois de bater Rafa Nadal na épica final da Austrália e mais recentemente em Indian Wells – torneio que também viria a conquistar, ao superar o compatriota Stan Wawrinka na final –, o lendário tenista suíço voltou a comprovar que mantém intactas as qualidades que o levaram ao trono mundial – e o mantiveram lá durante anos a fio.
Na terceira eliminatória do Masters 1000 em Miami, e perante um igualmente renascido Juan Martín Del Potro, Federer não deu quaisquer hipóteses, arrumando o assunto em 80 minutos: vitórias por 6-3 e 6-4 e o apuramento garantido para os oitavos de final. Destaque para um registo impressionante: em todo o encontro, nem por uma vez Del Potro conseguiu quebrar um serviço de Federer. É obra…
Com esta, são já 16 os triunfos de Federer sobre Del Potro em 21 partidas disputadas no circuito mundial – o argentino não bate o suíço desde a final do Open dos Estados Unidos em 2009, único Grand Slam da sua carreira. Esta foi ainda a oitava vitória consecutiva do atual sexto classificado do ranking ATP (que em 2017 soma 15 triunfos e apenas uma derrota, surgida no ATP 500 do Dubai perante o russo Evgeny Donskoy), sendo o sétimo jogo consecutivo sem perder um único set.
No final do encontro, Federer elogiou o adversário mas não embarcou em falsas modéstias. “Acho que mereci a vitória. Foi mais um bom encontro da minha parte. O meu momento é bom, não posso negá-lo”, atirou. Curiosamente, quando questionado sobre o péssimo ano de 2016 – provavelmente o pior da sua carreira –, o atleta de 35 anos protagonizou um momento insólito: “Perdi nas meias-finais de Wimbledon em 2016? Nem me lembro, parece que foi há dois anos!”. Um apontamento engraçado, que se seguiu a mais uma demonstração de qualidade superior de um atleta que já venceu em Miami em 2005 e 2006.
Nos oitavos, disputados já após o fecho desta edição, Federer tinha à sua espera o espanhol Roberto Bautista Agut, atual 18º classificado do ranking, a quem venceu os 12 encontros já disputados entre ambos.
Muguruza não resistiu
Na vertente feminina, a alemã Angelique Kerber, número 1 do mundo e grande favorita à vitória final, também não encontrou grandes dificuldades face à japonesa Risa Ozaki, nº 87 do ranking WTA: com o duplo 6-2, em pouco mais de uma hora, garantiu o tranquilo apuramento para os quartos de final de Miami. Segue-se, porém, uma opositora que inspira muito mais respeito: Venus Williams, 12ª classificada no ranking mundial, que se desembaraçou da russa Svetlana Kuznetsova (sétima) por 6-3 e 7-6(4), num encontro carregado de emoção. Refira-se que Venus não derrotava uma top 10 há ano e meio.
Em frente seguiu também a dinamarquesa Caroline Wozniacki, beneficiando da desistência de Garbine Muguruza, atual sexta classificada do ranking. Tudo aconteceu à passagem da 1h15m, depois da antiga número 1 do mundo (hoje 14ª) ter vencido o primeiro set por 7-6 (7-1). Debaixo de uma temperatura de 28 graus, com 60 por cento de humidade, a espanhola Muguruza não conseguiu continuar na partida. Wozniacki garantiu assim a sexta presença nos quartos de final em sete torneios realizados em 2017. Pela frente terá agora a checa Lucie Safarova, que ocupa o 36º lugar mundial.
Impressionante foi também o jogo entre a romena Simona Halep, número 5 do ranking, e a australiana Samantha Stosur, 19ª. Stosur venceu o primeiro set pot 6-4 e chegou a ter a possibilidade de acabar a partida, mas Halep salvou o match-point no 2-5, acabando por vencer depois por 7-5 e 6-2. Nos “quartos”, irá defrontar a britânica Johana Konta, número 11 do mundo.