O PCP trouxe hoje ao Parlamento a discussão da dívida pública. Os comunistas querem renegociar a dívida, mas também preparar a saída do euro.
"O problema da dívida pública não pode ser varrido para debaixo do tapete", defende o deputado comunista Paulo Sá, que anunciou hoje no Parlamento a apresentação de "uma proposta tripartida e integrada de renegociação da dívida, de libertação da submissão ao euro e de retoma do controlo público da banca".
"A gravidade dos problemas estruturais do país, entre os quais o da dívida, convoca-nos a todos para um amplo e aprofundado debate", defende o PCP, que propõe também a constituição na Assembleia da República uma comissão eventual de avaliação do endividamento público e externo.
A proposta comunista é a de que esta comissão sirva para "analisar as causas profundas do problema da dívida e, naturalmente, analisar soluções".
Para o PCP, a questão é urgente, dado o peso dos oito mil milhões de euros que o país paga atualmente por ano pelos juros da dívida, mas também pela incerteza que se mantém e que se pode agravar caso o BCE mude a política de compra de dívida.
"Será que alguém consegue garantir que o nosso país não será sujeito novamente a um ataque especulativo que agrave ainda mais o problema da dívida pública? Alguém consegue garantir que as taxas de juro praticadas pelos mercados não voltem a disparar levando a um crescimento ainda maior da dívida? Não! Claro que não. Portugal continua hoje, tal como no passado, vulnerável aos caprichos dos mercados e à ação devastadora de especuladores e agiotas", apontou o deputado Paulo Sá no debate de urgência pedido pelo PCP sobre a dívida pública.