As plumas felizes

As plumas felizes


A pluma é feita de um material leve. Quase não se sente e a suavidade faz-se sentir no toque.


Assim é o balançar de um corpo imperfeito, quando toca na água de uma piscina espalhada por esse Mundo fora e decide praticar – com maior ou menor incapacidade – natação.

Após o boccia, a natação é o desporto que sairá daqui um pouco aos “trambolhões”, pois se se derem ao trabalho de assistir a uma competição paralímpica de natação, poderão sentir o trambolhão de emoções que vai na cabeça daqueles atletas.

Ponto de partida: a gravidade é menor, o que os faz flutuar com mais facilidade e sobejamente mais felicidade. As diferenças esbatem-se com a coragem conquistada, permitindo-lhes galgar metros a uma velocidade assustadora. Os tendões alongam-se na água, reduz-se a espasticidade que leva à contracção muscular, e o corpo ganha uma “vida” nova.

Ponto de chegada: a coluna que, em terra, sofre uma carga superior ao normal, pois, existe uma descompensação natural que a impede de se equilibrar correctamente (independentemente da incapacidade que padeça), na água, fica mais solta, permitindo ao atleta, seja ela um Mr. Left, Mr. Right ou Mr. Chair, determinar o seu destino de velocidade e conquista de tempo.

Conclusão: na mobilidade é que está o ganho. Podem crer que não é por acaso que um fisioterapeuta, em fase de reabilitação de alguma lesão, aconselha o doente a praticar natação.

Qual o motivo? Simples, permite adquirir a mobilidade e o fortalecimento muscular, como em mais nenhum desporto, de forma tão rápida e completa.

Agora, imaginem alguém que sofra de um atrofiamento muscular à nascença. É meio caminho andado para superar as barreiras que lhes foram naturalmente impostas.

Perguntem aos cubanos!

Opinião de Manuel Serra