A insustentável leveza de um apito


Não consigo sequer imaginar o que leva alguém a querer ser árbitro de futebol. Uma carreira desgastante – física e psicologicamente – e cujo reconhecimento pela positiva se cinge a uma franja muito reduzida de pessoas de bem cujo bom senso permite avaliar o trabalho dos árbitros de forma justa e intelectualmente honesta. 


O argumento tantas vezes repetido de que os portugueses não gostam de futebol, mas sim dos seus clubes, está cada vez mais gasto e desatualizado, como provam as audiências dos jogos da Champions ou da Premier League. Os adeptos portugueses (nem todos, é certo) amam o jogo, apreciam futebol de qualidade e percebem cada vez mais sobre as diversas variantes da modalidade. Não será tempo, então, de aprenderem também a olhar para o trabalho dos árbitros de uma forma mais lógica e racional?

Costumo dizer que não há arbitragens perfeitas, a não ser em jogos que não sejam televisionados. Dito isto, será que alguém no seu perfeito juízo pode censurar uma decisão tomada em frações de segundo acerca de um fora-de-jogo milimétrico? Ou sobre uma simulação perfeita que, afinal, não era falta para grande penalidade? Ou até mesmo sobre uma bola que ultrapassou a linha de golo por um centímetro? O olho humano não consegue captar tudo, o cérebro não consegue processar toda a informação à velocidade alucinante do jogo, e o erro, inevitavelmente, irá acontecer. Claro que o objetivo é minimizá-lo ao máximo, daí existirem treinos cada vez mais eficazes e tecnologias que ajudam cada vez mais os árbitros, mas o erro irá continuar a ocorrer. Sempre. E é importante que as pessoas se mentalizem disso. Mas mais importante ainda é que percebam que não passará disso mesmo: um erro. Sem nada de obscuro por trás da decisão, sem qualquer tipo de “agenda oculta” por parte do árbitro. Aceite-se esta premissa e tudo o resto será muito mais simples. 

Rui Pedro Braz


A insustentável leveza de um apito


Não consigo sequer imaginar o que leva alguém a querer ser árbitro de futebol. Uma carreira desgastante - física e psicologicamente - e cujo reconhecimento pela positiva se cinge a uma franja muito reduzida de pessoas de bem cujo bom senso permite avaliar o trabalho dos árbitros de forma justa e intelectualmente honesta. 


O argumento tantas vezes repetido de que os portugueses não gostam de futebol, mas sim dos seus clubes, está cada vez mais gasto e desatualizado, como provam as audiências dos jogos da Champions ou da Premier League. Os adeptos portugueses (nem todos, é certo) amam o jogo, apreciam futebol de qualidade e percebem cada vez mais sobre as diversas variantes da modalidade. Não será tempo, então, de aprenderem também a olhar para o trabalho dos árbitros de uma forma mais lógica e racional?

Costumo dizer que não há arbitragens perfeitas, a não ser em jogos que não sejam televisionados. Dito isto, será que alguém no seu perfeito juízo pode censurar uma decisão tomada em frações de segundo acerca de um fora-de-jogo milimétrico? Ou sobre uma simulação perfeita que, afinal, não era falta para grande penalidade? Ou até mesmo sobre uma bola que ultrapassou a linha de golo por um centímetro? O olho humano não consegue captar tudo, o cérebro não consegue processar toda a informação à velocidade alucinante do jogo, e o erro, inevitavelmente, irá acontecer. Claro que o objetivo é minimizá-lo ao máximo, daí existirem treinos cada vez mais eficazes e tecnologias que ajudam cada vez mais os árbitros, mas o erro irá continuar a ocorrer. Sempre. E é importante que as pessoas se mentalizem disso. Mas mais importante ainda é que percebam que não passará disso mesmo: um erro. Sem nada de obscuro por trás da decisão, sem qualquer tipo de “agenda oculta” por parte do árbitro. Aceite-se esta premissa e tudo o resto será muito mais simples. 

Rui Pedro Braz