Cinema-comício

Cinema-comício


Cinema português e brasileiro tornaram-se política nesta edição da Berlinale. Primeiro usada pelo grupo de produtores e cineastas portugueses para lançar um protesto internacional contra o processo de escolha de júris para os apoios públicos ao cinema e ao audiovisual defendido pela tutela da Cultura, agora pelos realizadores e produtores dos 11 filmes brasileiros em…


Cinema português e brasileiro tornaram-se política nesta edição da Berlinale. Primeiro usada pelo grupo de produtores e cineastas portugueses para lançar um protesto internacional contra o processo de escolha de júris para os apoios públicos ao cinema e ao audiovisual defendido pela tutela da Cultura, agora pelos realizadores e produtores dos 11 filmes brasileiros em Berlim, entre os quais as coproduções luso-brasileiras “Vazante”, de Daniela Thomas, e “Joaquim”, de Marcelo Gomes, para divulgar uma carta dirigida à comunidade internacional de protesto contra a atuação do atual governo brasileiro para o setor audiovisual, que Marcelo Gomes leu na conferência de imprensa do seu filme, com um pedido aos jornalistas para que a divulgassem se pudessem, que é o que faremos e aqui, porque as conversas de todos os dias em Berlim também se têm feito disto.

“Estamos vivendo uma grave crise democrática no Brasil”, diz o texto, que lembra que 2017 começou com uma “expressiva presença” brasileira nos festivais de Sundance, Roterdão e Berlim, e que depois alerta para o risco que corre o cinema autoral brasileiro sob o jugo de um “governo ilegítimo” que tem levado a um retrocesso nos direitos conquistados nas mais diversas áreas, incluindo a do audiovisual, com a substituição dos dirigentes da Agência Nacional de Cinema (ANCINE). “Tudo o que se alcançou até aqui é fruto de um grande esforço do conjunto de agentes entre ANCINE, produtores, realizadores, distribuidores, exibidores, programadores, artistas, lideranças, poder público, entre outros. Queremos garantir que qualquer mudança ou aperfeiçoamento nas políticas públicas do audiovisual brasileiro seja amplamente debatido com o setor e com toda a sociedade.”

A versão integral da carta com as assinaturas está disponível aqui.