‘Trabalho escravo’ na apanha da azeitona

‘Trabalho escravo’ na apanha da azeitona


Presidente da Câmara da Vidigueira denuncia situação preocupante


Os imigrantes que trabalham na apanha da azeitona são tratados como escravos, denunciou o presidente da Câmara da Vidigueira, Manuel Narra.

Em declarações ao jornal Público, o autarca revelou que existem dezenas de imigrantes que vivem em condições “deploráveis” durante esta época sazonal.

Esta situação deve-se ao facto de ser exigida mais mão-de-obra no empreendimento do Alqueva, no Alentejo, do que aquela que os trabalhadores da terra conseguem fornecer. Ao não tratarem atempadamente da contratação de trabalhadores e vendo-se forçados a retirar a azeitona da árvore, os empresários agrícolas recorreram a empresas de contratação.

"Esta necessidade de mão-de-obra e a falta de mecanismos adequados para a sua contratação potenciam a criação de redes mafiosas que alimentam novas formas de escravatura. Esta situação só nos pode gerar revolta e indignação", disse ao Público Manuel Narra.

"Tive conhecimento de que cerca de 100 pessoas estavam alojadas dentro de uma oficina e outras 30' dentro de um apartamento, com homens e mulheres misturados, dispondo apenas de um chuveiro e de uma sanita", acrescentou.