"Com uma só cara", sublinhou Jerónimo de Sousa, o PCP "está contra" o desconto na TSU como moeda de troca pelo aumento do salário mínimo nacional.
"Valorizando os avanços e o que é positivo não deveríamos descansar em relação a problemas que subsistem no nosso país", começou por dizer o líder do PCP, que se diz preocupado com o problema dos baixos salários e que não entende a medida que ajuda as empresas a aumentar o salário mínimo nacional através de um desconto na TSU que é financiado pelo Orçamento do Estado.
"Estamos contra que o aumento do salário mínimo tenha como moeda de troca a redução da TSU
acesso ao crédito, na política fiscal", frisou o secretário-geral do PCP, que não se convence com a argumentação de António Costa de que esta medida vai ajudar sobretudo as micro, pequenas e médias empresas.
"Serve sobretudo o interesse das grandes empresas", atacou Jerónimo de Sousa que criticou a mudança de opinião do PSD, mas não deixou de apontar o dedo ao Governo de Costa e de lembrar que o aumento do salário mínimo não se decide na concertação social mas depende do Executivo e da Assembleia da República.
António Costa tentou, porém contradizer a argumentação comunista, assegurando que a medida não se destina a financiar e promover baixos salários, porque "só se aplica a contratos em vigor" que recebam o salário mínimo nacional e não a novos contratos, e "só se aplica este ano".
Costa frisou ainda que 80% das empresas beneficiadas pela medida têm menos de 50 trabalhadores.
Mas os argumentos de António Costa – que destacou a "coerência" do PCP contra a mudança de opinão do PSD – não convenceram Jerónimo de Sousa.
"Esta medida vai ao arrepio desse esforço de valorização dos rendimentos do trabalho", vincou o líder comunista.