Na verdade, o atual Palácio Nacional da Ajuda (PNA), representa um terço do projeto inicial tendo estado prevista a construção de um imponente corpo central, de uma ala esquerda e um imenso e rico jardim até ao Tejo. O projeto de conclusão desta “Ala Poente” data já do séc. XIX tendo tido uma sucessão de projetos até ao séc. XX.
Agora vamos pôr a política nisto. Um dos grandes precursores da reabilitação do PNA foi Santana Lopes que, com Gonçalo Byrne, projetou a sua reabilitação assim como uma grande intervenção na zona envolvente.
Depois dele ninguém lhe pegou e foi já com Canavilhas que, com João Carlos Santos, surge um novo projeto, mas que não passou da apresentação. Foi no governo de Passos Coelho, com Barreto Xavier, que se concretizou.
Reformulou-se o projeto de Carlos Santos e decidiu-se pela instalação das joias da coroa com a alocação da sua verba a rondar os 4,4 milhões de euros. Mas era preciso mais dinheiro. Então em negociações com a CML, a CCDR decide-se que os fundos para recuperação do património são alocados aos municípios para serem eles a decidir onde e que património vão reabilitar.
Surge o compromisso de, em Lisboa, se recuperar o PNA (como já se tinha feito com o Palácio de Mafra com a instalação do Museu da Musica). Só que Medina percebe que precisa dos fundos para outras coisas e, vai daí, dá gás à taxa turística cujo objetivo é aplica-la “em projetos, estudos, equipamentos ou infraestruturas que produzam impacto direto ou indireto na promoção e qualidade do turismo”. Ou seja, é hábil e liberta os fundos para outras direções. A recuperação do PNA é uma boa noticia. Mas ao Presidente Medina sugere-se algum recato porque as coisas acabam sempre por se saber.
Deputado.
Escreve à segunda-feira