Paredes de Coura. Cinco concertos a não perder

Paredes de Coura. Cinco concertos a não perder


Podia resumir-se assim esta edição do Vodafone Paredes de Coura, que regressa a partir desta quarta-feira às margens do Rio Taboão, até porque a banda de James Murphy tem aqui mais história do que se pensa. 


Mas há outros nomes fortes, como Cage The Elephant ou  Whitney a comporem uma lista que se faz de muito mais do que de cabeças de cartaz.

LCD Soundsystem

Muita gente não saberá que esta não é a primeira vez da icónica banda de James Murphy no Vodafone Paredes de Coura. Foi em 2004, ainda os LCD Soundsystem não tinham um único álbum editado – o disco homónimo chegaria só no princípio do ano seguinte. Quem assistiu ao concerto, que à maior parte terá passado despercebido, diz ter sido memorável. É que o nome da banda não vinha no cartaz sequer, recorda João Carvalho, diretor da Ritmos e fundador do festival. Zero ressentimentos. Porque a verdade é que neste seu regresso com um número muito limitado de datas, sobretudo na Europa, os LCD Soundsystem decidiram voltar ao Minho. Desta vez como super-cabeças de cartaz.

Cage the Elephant

Deixando as questões da curadoria de parte, um dos pontos fortes deste festival que a Rolling Stone já considerou um dos cinco melhores da Europa é a localização, nas margens do Rio Taboão, com o melhor anfiteatro natural para assistir a um concerto que provavelmente já vimos. O mesmo acharão as bandas (nos Europe Festival Awards o Paredes teve já várias nomeações e uma das categorias foi como festival favorito dos artistas). Foi numa entrevista ao Público que os americanos fixados em Londres Cage the Elephant, que atuaram no Paredes de Coura há dois anos, disseram que gostavam de comprar uma casa em Paredes de Coura. O público (com minúscula) também gostava, são eles um dos regressos mais pedidos e esperados desta edição. Sobre o assunto da casa, «parece que já estiveram mais longe», diz João Carvalho. O Brexit está a ter destas coisas.

Whitney

Desde que a escolha foi feita para a edição deste ano do festival, esta dupla, que junta Julien Ehrlich (Unknown Mortal Orchestra) na voz e bateria, e Max Kakacek, na guitarra, não tem parado de crescer. Ao Minho, os Whitney chegam quentinhos. Afinal, Light Upon the Lake, seu primeiro disco, foi editado em junho – este junho mesmo – depois do sucesso de No Woman, primeiro single posto cá fora em janeiro de 2016. Se ainda não ouviu talvez devesse, mas damos-lhe uma ideia, pela descrição que o Guardian fez deles: é pensar em Bon Iver e juntar-lhe «elementos de folk e country, com a alma de Chicago», de onde vêm.

King Gizzard & The Lizard Wizard

São estes tempos perfeitos para bandas como estes australianos de Melbourne, que começa a ganhar fama mesmo aqui neste outro lado do mundo de uma das cidades mais cool que se pode ter. Psicadelismo é o que se quer ultimamente e ainda bem, regressos a décadas passadas sabem sempre bem quando feitos da forma certa. Daí que King Gizzard & the Lizard Wizard possam parecer-nos uma coisa vinda da década de 60 mas tenham apenas seis anos. Seis anos de prolífica atividade, que agradecemos com o que for preciso. Seis anos e Nonagon Infinity, que lançaram no final de abril e apresentam no Vodafone Paredes de Coura naquele que é um dos concertos mais aguardados desta edição do festival, é já o seu oitavo disco, espectro de influências cada vez mais alargado. Tudo como se quer.

Chvrches

Outro regresso que queremos ver. Os Chvrches, trio formado por Lauren Mayberry, Iain Cook e Martin Doherty, synthpop de Glasgow que ainda nem devia ter idade para isso, regressam e bem com Every Open Eye, segundo disco editado em 2015, ano em que foram nomeados na categoria British Breakthrough Act dos Brit Awards. Every Open Eye foi feito num apartamento de três quartos, o mesmo em que tinham gravado o primeiro álbum, The Bones of What You Believe (2013), porque uma banda pode mesmo compor, gravar e produzir os seus discos de forma autossuficiente. E sobre isso basta ver o que tem escrito a crítica sobre estes Chvrches, que chegam mesmo em boa hora. Porque synthpop deste é mesmo aquilo de que uma pessoa precisa para ser feliz.

Outros palcos

Palco Vodafone FM
Amanhã
•  Joana Serrat (18h35)
•  Bed Legs (19h50)
•  Algiers (21h30)
•  Shura (21h20)

Sexta-feira
•  First Breath After Coma (18h00)
•  Sean Riley & The Slowriders (19h00)
•  Psych Ills (20h30)
•  Jacco Gardner (22h20)

Sábado
•  Grandfather’s House (18h00)
•  Filho da Mãe & Ricardo Martins (19h00)
•  Motorama (20h30)
•  Cigarettes After Sex (22h20)

Palco After Hours
Amanhã
•  Suuns (02h15)
•  Enchufada 10 anos: Branko e Rastronaut (03h00)

Sexta-feira
•  Moullinex (02h00)
•  The Vaccines DJ set (02h45)

Sábado
•  Lust For Youth (02h00)
•  Matias Aguayo (02h45) 

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