Nice voltou a fazer-nos questionar a eficácia de uma política de segurança e defesa comum e a capacidade que os estados têm em combater, individual e coletivamente, esta moderna forma de terrorismo. Só em solo europeu (se incluirmos a Turquia) o Daesh/EI vitimou, desde março, mais de 160 cidadãos. Demasiadas mortes para que as proclamações de solidariedade não passem definitivamente a atos.
É certo que não existe forma de eliminar os atentados terroristas. Mas é igualmente evidente que urge aumentar a troca de informações entre estados, e serviços de segurança, garantir uma maior consciência dos cidadãos para o risco e implementar medidas mais eficazes de policiamento e controlo obrigando com isso a que a sociedade reflita indubitavelmente sobre o momento presente de molde a confluir na eliminação na origem das causas destes eventos.
Numa Europa democrática onde impera a livre circulação de pessoas e bens, tem de haver uma política comum de prevenção do terrorismo e de partilha de informações. Não há volta a dar pois a conversa mole da generalidade dos políticos sobre melhorias de legislação e condições das policias não tem produzido eficácia relevante.
É tempo de neutralizar. Os cabecilhas ideológicos dos atentados e, não menos importante, as suas fontes de financiamento, como referiu e bem o Presidente do OSCOT. Menos teoria e mais prática é o que se exige a esta Europa burocratizada e cada vez mais desumanizada nos valores que a fundaram.
Portugal não fica de fora. É um estado membro, é defensor dos valores que o terrorismo combate. É um alvo. Não vale a pena termos ilusões quanto a isso. Conferir aos serviços de informações mais poderes para a prevenção de atos terroristas, de criminalidade organizada com maior controlo pelo poder judicial e politico é o que se espera.
Deputado. Escreve à segunda-feira