O inferno escondido da ‘seita’ de Palmela

O inferno escondido da ‘seita’ de Palmela


Um pretenso psicólogo recebia crianças em casa a pretexto de lhes dar explicações e consultas, mas usava-as sexualmente e vendia-as na internet. Aterrorizava-as dizendo-se líder de uma seita. O caso, pela dimensão, surpreendeu as próprias autoridades. 


Ao nosso lado, a uns metros de distância de qualquer olhar, pode esconder-se o inferno. Em janeiro de 2014, Rui Pedro, acompanhado da mulher e dois filhos pequenos, de ar modesto e com planos para o futuro que só poderiam ser engendrados por homem aparentemente íntegro e dadivoso, chegou a uma vivenda com umas boas braçadas de terreno nos arredores de Palmela. Com ele o seu motorista, que apesar dos supostos tombos na vida nunca abandonara, e o respetivo filho menor. Os donos da propriedade – gente de trabalho, que ao longo dos tempos foi construindo a casa à medida das suas economias –, com pena do casal desempregado, alugaram-lhe por tuta e meia dois anexos no fundo da quinta para as duas famílias se instalarem.

Os contactos entre Francisco e Elisa, os proprietários, e os inquilinos eram escassos. Lá ao fundo, durante o dia, ouviam as gargalhadas das três crianças. «Pareciam felizes, quem podia suspeitar?» – recorda Francisco, como quem ainda está a despertar agora para um pesadelo. Mas aos três meninos, e os outros que com o tempo a eles se juntaram, já tinham destruído a infância, essa espécie de reserva espiritual que fica para a vida.

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