SBSR. Ou uma ou todas

SBSR. Ou uma ou todas


Pedimos desculpa pela invasão visual que o faz regressar às tonturas provocadas pelo exagero dos últimos tempos. Mas vá lá, vem aí o verão pós-Éder, só possível de vencer pelos grandes sofredores e performers da arte da cerveja. Sim, continuam a existir festivais e este é dos que mais ânsia tem provocado aos fregueses destas…


É que o trunfo Kendrick Lamar vale mais que qualquer outro. E como se não bastasse o Super Bock Super Rock conta ainda com nomes como Jamie XX, Kurt Vile, The National, Iggy Pop, Massive Attack & Young Fathers, De La Soul, Kelela, Mac DeMarco. Golo ante golo, perdão, gole ante gole, isto é para beber tudo e até ao fim. E bem sabemos como os portugueses têm gostos diversos. A litrosa pode até ser menos perigosa que as restantes opções. De hoje e até sábado, no Parque das Nações só não vale ficar sóbrio. De música, claro.

Palco Super Bock

Para os maiores nomes, os maiores copos. Ou garrafas, neste caso. E a maior litrosa deste verão – à espera de ser bebida por um batalhão de alcoólicos que a tem guardada no frigorífico desde que o anúncio foi feito – é Kendrick Lamar e o disco (dizer da década é exagero?) “To Pimp A Butterfly”. Reserve-se bem para sábado, às 23h50. Bom, talvez nem tanto que a cerveja de litro sempre dispensou abre garrafas e até porque nesse mesmo dia, às 22h20 há os old school De La Soul, hip-hop do mais funk que existe. E ainda sobra espaço para mais uns litros: The National, Disclosure, Massive Attack & Young Fathers, Iggy Pop. Este Palco Super Bock, perdão, esta litrosa tem muito por onde se beber. 

Palco EDP

A média é a típica cerveja para se beber à sombra, perfeita para a pala do Pavilhão de Portugal. Não concorda? É que repare, estimado leitor, que 33cl não se mandam abaixo em menos de nada, há que ser paciente. E aqui aguarda-se bem. Jamie XX – que está por aqui desde que lançou “In Colour” – bebe-se já hoje, às 22h40, depois de Kurt Vile (21h10), nome impossível de esconder neste palco, quase a virar litrosa. Sobra ainda espaço para o amor distorcido de Mac DeMarco e para a dança introspetiva de Kelela. Não esquecer o abre garrafas, ou isso ou aquele truque do isqueiro. 

Palco Carlsberg

A partir da uma da manhã a boca, já meio anestesiada, pode bem sentir dificuldades em beber de uma garrafa. O Carlsberg é o palco da eletrónica, onde já apenas quem se mostre imperial, resistente, é que sobrevive. Sim, bem sabemos que o copo vai ser plástico e ainda bem, não fosse Moullinex, Trikk ou Lion Babe provocarem voos inusitados. Imperial, provavelmente, será também DJ Shadow, esse senhor do hip-hop com o incrível disco “Endtroducing…..”, de 1996. Já aí se bebia disto. 

Palco Antena 3

Pois claro, reservámos a mini, esse objeto tão português, para o Palco Antena 3. Se bem que esta nova versão – com chapéu de abertura – dá jeito mas engana: o verdadeiro amante de cerveja sabe que uma boa mini tem que ser de grade. Coisa que não deve importar a este elenco de luxo nacional, tão urgente quanto novo, que não se importa de apropriar essas modernices. Samuel Úria apresenta “Carga de Ombro” em festival, ou seja, minis todas abaixo com o encosto. Mike El Nite faz o mesmo com “O Justiceiro”, rap banhado a eletrónica, com sátira suficiente para beber a mini sem a abrir. E nunca esquecer que os “Capitão Fausto Têm os Dias Contados”. As minis que por aqui aparecerem também.