Jogos Olímpicos. No Rio é para prolongar a festa portuguesa

Jogos Olímpicos. No Rio é para prolongar a festa portuguesa


Faltam 23 dias para as Olimpíadas do Brasil. Ao fim de uma semana tão feliz para Portugal, as expetativas de arrecadar medalhas são muitas: atletismo, ténis, futebol, ciclismo e lançamento do peso estão na frente. Talvez a vitória em França inspire os 91 atletas já apurados


Os Jogos Olímpicos do Brasil estão aí à porta e a comitiva portuguesa tem razão para estar confiante em bons resultados. Nem que seja pela semana fantástica que o atletismo português teve, não esquecendo o bom resultado de Rui Costa na Volta à França e de João Sousa no ténis.

Comecemos pelos feitos de Patrícia Mamona, Sara Moreira, Jéssica Augusto e Tsanko Arnaudov nos Europeus de atletismo em Amesterdão.

Patrícia Mamona, atleta do Sporting, de 27 anos, sagrou-se campeã no triplo salto, com um salto final de 14,58 metros – um novo recorde nacional, conseguindo assim superar a sua própria marca em seis centímetros, alcançada em 2012 nos Europeus de Helsínquia e com a qual tinha até agora a sua melhor classificação internacional (medalha de prata).  Na mesma prova, Susana Costa ficou em quinto lugar com um salto de 14,34 metros.

Sara Moreira foi outra das grandes vencedoras do passado domingo. Venceu a meia maratona, naquela que foi a sua estreia em Europeus. O seu tempo foi de 1h10s19, deixando para trás a italiana Veronica Inglese (a 16 pontos) e Jéssica Augusto – outra portuguesa a arrecadar uma medalha, desta vez de bronze, com mais 36 segundos do que a atleta do Sporting.

Ana Dulce Félix foi outra das atletas lusas a dar alegrias ao país. Conseguiu que a equipa portuguesa ficasse no 12.o posto da Taça da Europa de distância – onde contam os três melhores registos de cada país -, garantindo assim o triunfo coletivo para Portugal. Na passada quarta-feira, a atleta do Benfica conquistou a medalha de prata nos 10 mil metros. Susana Santos no triplo salto e Marta Pen nos 1500 metros (naquela que foi a sua primeira grande final como atleta sénior) também tiveram boas prestações: ficaram ambas em quinto lugar nas respetivas modalidades.

A fechar esta lista triunfante tivemos um filho de emigrantes búlgaros ou, por outras palavras, Tsanko Arnaudov, naturalizado português em 2010, a vencer a medalha de bronze no lançamento do peso, com a marca de 20,59 m – outro novo recorde português a ser alcançado em Amesterdão.

Mais condecorações Os atletas pediram que os portugueses os fossem receber em festa no aeroporto da Portela, um apelo correspondido. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já anunciou que irá condecorá-los com a Ordem de Mérito, como fez com a seleção nacional.

Só Filomena Costa é que não estará nos Jogos do Rio de Janeiro, depois de saber que Jéssica Augusto ficaria com o seu lugar, mesmo tendo melhor marca. Recusou recentemente ser suplente.

Nelson e Rui Costa Mas há mais atletas que alimentam a esperança lusa de que possam repetir o gosto de trazer uma medalha para Portugal.

Nélson Évora, campeão olímpico em Pequim 2008, não conseguiu apurar-se para a final do triplo salto  de pista ao ar livre na Holanda, mas acredita que a sua prestação na terra do samba vai ser como a de Portugal em França. “Vamos passo a passo, acho que tem de ser assim. Temos a prova disso através da equipa de futebol, que não jogou da melhor forma a fase de grupos e que com três empates conseguiu passar. Essa sempre foi a minha forma de estar, independentemente de ser o número um ou pior”, afirmou durante a apresentação, no centro de alto rendimento do Jamor, da seleção de atletismo de Portugal que vai estar no Rio de Janeiro.

No Tour de France, Rui Costa também deu uma alegria aos portugueses. Na nona etapa, o português que veste a camisola da Lambre só ficou atrás do holandês Tom Domulin (Giant), por 35 segundos. O ciclista da Póvoa de Varzim será chefe de fila da prova de fundo dos Jogos Olímpicos apoiado por André Cardoso (Cannondale) e Nelson Oliveira (Movistar), todos repetentes nesta prova, contando também com a presença de José Mendes (Bora-Argon18), o único estreante. Oliveira vai competir também no contrarrelógio.

E no ténis? Ontem, João Sousa confirmou a 30.ª posição no ranking mundial de ténis e Gastão Elias manteve-se como o segundo melhor português, na 89.ª posição. O vimaranense teve uma boa prestação em Wimbledon, onde conseguiu chegar à terceira eliminatória – algo que nunca tinha alcançado -, acabando por ser batido pelo checo Jiri Vesely (50.0) em três sets (6-2, 6-2 e 7-5). Há dois meses,  chegou mesmo à melhor classificação de sempre de um português: 28.ª posição do ranking ATP, depois de confirmar a presença na terceira ronda nos Estados Unidos da América  (igual a 2013) e na Austrália (igual a 2015). Já o tenista da Lourinhã subiu três postos, mesmo tendo sido eliminado na ronda inaugural do torneio inglês pelo moldavo Radu Albot (92.o) em quatro sets (6-3,2-6, 5-7 e 4-6). Os dois tenistas vão estrear-se nas Olimpíadas.

A estreia no golfe Mas as esperanças olímpicas portuguesas não se ficam por aqui. Ricardo Melo Gouveia está confirmado no golfe, e Filipe Lima poderá juntar-se ao seu parceiro – será, aliás, uma estreia para a modalidade portuguesa neste evento. A judoca portuguesa Telma Monteiro conquistou o bronze no Gran Prix de Budapeste, em junho. Na canoagem, Fernando Pimenta garantiu ouro em K1 1000 e 5000, nos Europeus de Moscovo, também em junho. Na natação, Tamila Holub sagrou-se, na semana passada, campeã europeia júnior nos 1500 metros livres – isto quando dois dias antes conquistara o título de vice-campeã da Europa de juniores nos 800 metros livres.

Todos estes nomes estarão no Rio e muitos mais: estão 91 confirmados, num conjunto de 13 modalidades diferentes (comparando com Londres-2012). Só o remo não repete a presença. No entanto, Portugal estará no futebol, em taekwondo e ténis, algo que não aconteceu há quatro anos.