Não haverá melhor maneira para se começar mais um dia de NOS Alive do que pelo palco Heineken, que não escondemos ser preferido, Courtney Barnett para nos receber logo à entrada, onde já tinham atuado Jagwar Ma e Soulvenir, para 50 minutos de desfazer esta timidez numa guitarra, 50 minutos de uma rock party bem necessária, nada acessória.
“Elevator Operator”, uma “Pedestrian at Best” a lembrar-nos que afinal esta miúda sempre foi do grunge, e que só se acalma num estado qualquer tipo “Deprestion”. E só por uns minutos, há ainda “Nobody Really Cares If You Don’t Go To The Party” para tocar, e pela reação do público (Courtney Barnett vai fazendo o seu caminho por este lado do mundo e bem) podemos até dizer que discordamos.
Até porque isto foi só princípio e já vem aí a atropelar-nos a ansiedade da hora de rumar ao Palco NOS para não sair do sítio, que é como quem diz da Austrália. Tame Impala estão quase a começar e não queremos perder nem um segundo desta “Nangs” que vai anteceder “Let it Happen”, papéis invertidos aqui ao vivo daquilo que ouvimos em disco a resultarem muito bem.
No Heineken ficou Carlão com o seu novo EP, “Na Batalha”, as quatro faixas produzidas por Branko & Doutorado que sucedem “Quarenta” (2015), registo a solo em que o ex-Da Weasel se apresenta perante esta plateia pela primeira vez muito portuguesa — 30 mil dos 55 mil bilhetes vendidos para esta décima edição do NOS Alive foram comprados por estrangeiros, coisa que se não nos tivessem dito teríamos percebido de qualquer forma.
A seguir, e ainda um bom tempo depois da curta hora de atuação de Tame Impala do outro lado, vem subir a este palco Father John Misty, folk-pop a com que o mulherio enlouquece ao som “I Love You, Honeybear”, e Joshua Tillman a entreter-se com este soutien cor de rosa que lhe vai parar às mãos.
Triângulo super improvável este no segundo dia de palco Heineken entre Courtney Barnett, Carlão e Father John Misty e em que o amor, a chegar, é só com ele, mas que talvez Tame Impala possam explicar. Ou eles ou os soutiens.