O endividamento da China atingiu os 168,4 biliões de yuan (23,6 biliões de euros) em 2016, valor que equivale a 249% do Produto Interno Bruto (PIB).
A estimativa é de um pesquisador da Academia de Ciências Sociais da China, Li Yang, que alerta para os riscos sistémicos para a economia.
O maior risco reside no setor corporativo não financeiro, no qual a proporção da dívida em relação ao PIB é estimada em 156%, incluindo as dívidas contraídas por mecanismos de financiamento dos governos locais.
"Muitas das companhias em questão são empresas estatais que contraíram grandes empréstimos em bancos públicos, podendo implicar riscos sistémicos para a economia", afirmo Yang, defendendo que "o mais grave na [dívida] corporativa não financeira da China é que, se houver problemas com esta, o sistema financeiro chinês sentirá problemas imediatamente".
O problema afetar também o Estado, porque os bancos chineses estão "estreitamente vinculados ao governo". "É uma questão fatal para a China. Devido a esta ligação, é provavelmente mais urgente para a China do que para outros países resolver a questão da dívida", afirmou.
No início desta semana, o número dois do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton, referiu também a "grande preocupação" da entidade com a dívida corporativa da China. "Resolver esta questão é imperativo para evitar problemas no futuro", afirmou.
O endividamento chinês tem disparado à medida que o governo de Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico.