“Os que fora do poder só esperam pelo falecimento dos outros, não são políticos, são gatos-pingados”. Foi assim que o Presidente da Assembleia da República criticou todos os que estão à espera da morte da geringonça para poder chegar ao poder. A expressão serve para o líder da oposição, Pedro Passos Coelho, como para críticos internos dentro dos socialistas que acreditam que a solução vai correr mal
Convidado especial do secretário-geral no congresso do PS, Ferro Rodrigues dedicou boa parte do seu discurso à crise da social-democracia, nomeadamente dos partidos socialistas europeus que foram perdendo votos e vigor político. “O nosso partido é uma excepção. Recusou o papel de servir as soluções rejeitadas pela maioria dos portugueses. O que seria do PS hoje se tivesse de viabilizar o programa do governo anterior no parlamento? O que sentiriam os eleitores que nos confiaram o seu voto?”. Para Ferro não há dúvidas de que “esse caminho levaria o PS à descredibilização ética pelos cidadãos”. Pelo contrário, “António Costa afirmou o PS como força liderante à esquerda”.
Lembrando que várias vezes as social-democracias europeias pactuaram com a desregulação dos mercados defendida pela direita desde os anos 80, (“tudo aconteceu demasiadas vezes com a complacência do centro-esquerda”), Ferro lembrou que Bruxelas continua a ser uma frente de luta para os socialistas. “Não estamos condenados a servir Portugal com as ideias de outros. Essas ideias não estão no parlamento, mas estão em Bruxelas e nos centros de decisão”.
