A Autoeuropa produziu 8 770 carros em abril, menos 15% face a igual período do ano passado. Essa quebra ainda é maior se compararmos a produção nos três primeiros meses do ano, onde se verifica um decréscimo de quase 22% face ao período homólogo. Na base desta queda está a redução de exportações em determinados mercados considerados chave para a fábrica de Palmela. É o caso da China, onde no passado chegaram a ser expedidos mais de 30 mil unidades e onde a Autoeuropa, nos últimos anos, tem liderado a lista das dez empresas com mais exportações para o mercado chinês.
Por isso é natural que, o abrandamento da economia chinesa já tenha tido um impacto direto nas exportações da Autoeuropa. Nos quatro primeiros meses do ano foram exportados 1053 veículos da fábrica de Palmela, o que representa uma queda de 83% face a igual período homólogo, altura em que foram exportados 6250 veículos.
Mas as quebras nas exportações não ficaram limitadas a este mercado. A Autoeuropa não ficou alheia à Alemanha. De janeiro a abril foram exportados 11 171 veículos para o mercado alemão. Este número representa uma quebra de 21% face aos quatro primeiros meses do ano passado, altura em que foram enviados mais de 14 mil.
Feitas as contas, estes dois mercados juntos sofreram um decréscimo nas exportações na ordem dos 22%. De janeiro a abril do ano passado tinham sido enviados mais de 36 mil carros para estes dois países provenientes da Autoeuropa, nestes quatro primeiros meses do ano ultrapassaram pouco mais do que os 28 mil veículos.
A contrariar esta tendência está a Peugeot Citroën que aumentou a sua produção na ordem dos 20%. Em abril deste ano produziu quase cinco mil, enquanto em abril do ano passado tinha fabricado não tinha atingido os quatro mil. Este aumento também se verifica se compararmos os dados dos quatro primeiros meses do ano ao serem produzidos mais de 18 mil veículos nos quatro meses do ano, um aumento de 12,7% em relação a igual período do ano passado (16 230).
No entanto, a marca não exporta para a China. A totalidade destes veículos é enviada para a Europa.
Produção em queda A verdade é que a crise da produção não se limitou à Autoeuropa. Ao todo foram produzidos 14 348 carros em Portugal no mês de abril, o que representa uma queda de 3,2% face a igual período do ano passado.
Esta evolução negativa foi determinada pela queda homóloga no fabrico de automóveis ligeiros de passageiros (-10,6%), já que se verificou um crescimento na produção de veículos comerciais ligeiros (21,4%) e de veículos pesados (28,4%), revelam os dados da ACAP.
Deste total, quase 95% (13 604) destinaram-se à exportação. Mas também aqui se verificou uma queda de 5,6% face a igual mês do ano anterior.
Nos primeiros quatro meses de 2016 foram produzidos 50 140 veículos automóveis, ou seja, menos 8,8% do que no período homólogo do ano anterior. Destes, 33.558 foram automóveis ligeiros de passageiros (-18,0%), 15 166 veículos comerciais ligeiros (+18,0%) e 1.416 veículos pesados (+15,0%).
Por regiões de destino, nos quatro primeiros meses do ano, a Europa absorveu 94,9% das exportações nacionais de veículos automóveis. A Ásia continuou a apresentar uma evolução negativa, tendo registado uma penetração nas exportações nacionais de apenas 2,5%, com a China a dominar a região com 2,2% do total importado.
A Alemanha (25,7%) e a Espanha (18,3%) lideraram os nossos principais mercados de exportação nestes quatro primeiros meses do ano.
Contraciclo Mas nem tudo são más notícias. Enquanto na produção de veículos se verifica uma quebra, o mesmo não acontece com a venda de carros. Em abril, foram vendidos em Portugal 18 918 veículos, o que representa um aumento de 7% face ao período homólogo.
Ainda assim, a associação que representa o setor diz que, “este é o valor mais baixo, da percentagem de variação homóloga, dos últimos 30 meses, o que demonstra uma clara tendência de desaceleração do mercado”, revela a ACAP.
Já em termos acumulados, nos quatro primeiros meses do ano foram vendidos em Portugal 86.725 veículos automóveis, o que representou uma variação homóloga positiva de 21,2%.
A marca Renault continua a ser a mais vendida no mercado nacional. Só no mês de abril foram vendidos 1890 veículos desta marca. O segundo lugar da tabela é ocupado pela Peugeot com 1445 veículos comercializados, mas com uma queda de 4,5% face ao período homólogo. Já a Volkswagen ocupa o terceiro lugar do ranking, mas registou uma queda de 4,4% face a igual período do ano passado.