Refugiados. O controlo costeiro feito em terra

Refugiados. O controlo costeiro feito em terra


8 de maio, meia noite em ponto. O mar esteve bastante mais calmo em relação às duas noites anteriores. Esta noite fui acompanhar igualmente elementos do grupo de Controlo Costeiro da GNR em Kos, mas desta vez em terra.


Nesta outra parte da missão, com duração de seis horas, são destacados dois elementos e com eles está sempre presente um terceiro elemento, pertencente à guarda costeira grega.

É obrigatório, em qualquer país do mundo, sempre que uma força militar vai operar fora das suas fronteiras, que sejam acompanhadas por, pelo menos, um elemento de força de segurança do país onde a missão decorre. E é esse elemento grego que comanda tanto as operações em terra como no mar, como por exemplo locais onde a GNR deverá patrulhar em terra e os barcos que deverão ser identificados.

Esta parte da missão, que é feita em terra, é um complemento essencial aos militares que estão na embarcação e a saída do porto é feita exatamente à mesma hora. A embarcação dirige-se para alto mar e a viatura da GNR dirige-se para um ponto estratégico da ilha, sempre na costa, junto à praia.

Este controlo em terra é feito a partir de uma câmara de visão noturna, ou seja, consegue captar fontes de calor que estejam a uma determinada distância. Esta câmara, não só deteta essas fontes de calor como consegue também identificar se se tratam de adultos ou crianças, conseguindo ainda dar a informação acerca do número de pessoas a bordo de qualquer embarcação, refere o Tenente Ricardo Bártolo em declarações ao i no local.

A câmara controla uma parte da ilha e a embarcação outra, esta utilizando o radar. Se os elementos em terra, através da câmara de visão noturna, avistarem alguma embarcação suspeita, esta situação é imediatamente reportada para a lancha, que se dirige rapidamente ao encontro da mesma com as coordenadas dadas pelos militares em terra e aí, se necessário, fazer a interseção e o salvamento, se se tratar de um barco com migrantes a bordo.

Estes elementos trabalham com esta câmara diariamente visto que o equipamento não só é utilizado aqui na Grécia, como também é usado no controlo da costa portuguesa, reforça o Tenente Ricardo Bártolo.

Esta noite, apesar de bastante propícia à travessia por parte dos migrantes, devido às favoráveis condições marítimas, não foram avistados quaisquer movimentos suspeitos, tendo sido uma noite bastante calma.