Vêm da Turquia, da costa de Bodrum que fica somente a 4km da costa grega e é pelo mar Egeu que milhares de refugiados atravessaram a fronteira em direção às praias de Kos.
Esta ilha grega viu chegar em 2015 cerca de 11 mil refugiados ou requerentes de asilo.
Segundo Yannis Koutsomitis, analista especializado em política e economia grega, o governo não estava preparado para a quantidade de migrantes e refugiados que chega ao país.
Tomas Abnara tem 63 anos, é concessionário há 30 anos na ilha de Kos e está a viver neste momento uma das piores alturas desde que aqui trabalha. Afirma que a crise económica que afeta toda a Grécia e em geral a Europa, não afetou o negócio, “os turistas vinham sempre” mas durante o ano de 2015 a crise foi outra.
Às praias da ilha grega chegavam de barco cerca de 400 a 500 refugiados por dia, em plena luz do dia aos olhos de todos inclusive aos olhos de todos os turistas que enchiam as praias no verão de 2015. “Por esta altura no ano passado as praias estavam cheias, agora tenho 7 a 8 clientes por dia.
Os turistas vêem notícias, não querem vir para um sítio onde estão na praia a apanhar sol nas cadeiras e quase de hora a hora chega um barco cheio de refugiados” afirma Tomas. Este empresário acredita que nos meses de julho e agosto o negócio melhore, mas que não são dois meses que lhe pagam o resto do ano, “os refugiados destruíram-me o negócio.”
Apesar desta causa-efeito Tomas diz que os compreende, que eles só querem fugir da guerra e proteger as suas famílias e reforça que se fosse ele fazia exatamente a mesma coisa.