Governo confia na recuperação económica

Governo confia na recuperação económica


Mais vendas de carros e pagamentos por multibanco são indicadores avançados que levam governo a desvalorizar agravamento do défice


Um dos argumentos com que o governo quer enfrentar a avaliação de Bruxelas ao Programa de Estabilidade é a execução orçamental dos primeiros meses e alguns indicadores avançados da economia, que apontam para algum dinamismo do consumo.

A compra de automóveis tem vindo a subir e, embora haja nos resultados dos primeiros meses do ano um efeito de antecipação de compras, devido ao agravamento do ISV com o OE2016, o facto de haver compras de veículos pesados e comerciais deixa entender que o investimento empresarial poderá estar a recuperar.

Outro indicador que permite antecipar a evolução da economia são as transações através de multibanco e os dados que dos primeiros meses do ano são positivos: crescimentos de 2,7% em janeiro, 6,9% em fevereiro e 4,9% em março.

O governo confia que está a haver alguma aceleração da economia do primeiro trimestre e que este desempenho tem efeitos na arrecadação da receita fiscal.

Os sinais da economia são um dos motivos para que o governo esteja a desvalorizar o agravamento do défice no primeiro trimestre, revelado anteontem pela Direcção-Geral do Orçamento.

Um dos argumentos do Ministério das Finanças é que no primeiro trimestre houve efeitos extraordinários cujo efeito se dissipará no resto do ano. Uma das rubricas que agravou o défice foi a dos juros, já que foi feita uma emissão de dívida em fevereiro de 2015 que teve de ser reembolsada no início deste ano.

Segundo o Ministério das Finanças, outro fator temporário que agravou as contas públicas foram os reembolsos de IRC, que tenderão também a normalizar quanto todo o ano for contabilizado.

O governo olha sobretudo para a evolução da massa salarial no Estado, que está com um crescimento zero porque a reversão salarial foi compensada com a redução de trabalhadores que foram para a reforma. Por outro lado, os primeiros dados sobre a receita fiscal de abril indicam que esta rubrica está a acelerar.