Vladimir Putin teve um encontro pessoal com o seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, em que lhe garantiu que a Rússia não deixaria que o regime de Damasco saísse derrotado na guerra civil que dura há cinco anos, um mês e três dias e que, segundo algumas estimativas, provocou já meio milhão de vítimas mortais. Não só isso mas criou uma das maiores crises de refugiados, com quatro milhões de sírios a abandonarem o país e 7,6 milhões deslocados internamente.
A revelação da promessa do líder russo foi feita por David Davis, um deputado britânico que manteve conversações cara a cara com Assad. No programa Andrew Marr Show da BBC, o deputado contou que discutiu com o líder sírio o motivo da recente retirada de algumas das forças russas do conflito no país após a sua intervenção ter voltado a colocar Damasco no controlo da situação. Putin terá recuado devido às críticas de que o Kremlin estava a minar as negociações da paz, mas Assad confidenciou a Davis que Putin lhe tinha dito que, desse por onde desse, “nós não deixaremos que saiam derrotados”.
A revelação chega no mesmo dia em que foram anunciados os resultados das eleições legislativas que se realizaram na quarta-feira nas zonas da Síria controladas pelo regime, e que sem surpresa deram a vitória ao partido de Assad. Segundo os resultados oficiais, o partido Baas, no poder há meio século, elegeu a grande maioria (200) dos 250 deputados ao parlamento pela aliança União Nacional, integrada pelo partido do regime e aliados.
Denunciadas como uma fraude pela oposição, as eleições realizaram-se nas zonas controladas pelo governo sírio em todas as províncias, à exceção de Raqa e Idleb, ambas no norte do país.