Assunção Cristas. “O candidato à Câmara de Lisboa pode ser um independente”

Assunção Cristas. “O candidato à Câmara de Lisboa pode ser um independente”


Assunção Cristas está há um mês na liderança do CDS. Não ficará na sombra de Portas, garante, mas na “luz”


A liderança do CDS mudou e o gabinete também. Assunção Cristas preferiu as janelas viradas para o Largo do Caldas. A luz a rodos aclarava as paredes de azul, ainda com cheiro a tinta fresca, no final de tarde primaveril em que recebeu o i. Seria a última entrada na agenda diária da nova presidente do CDS. Com ela acabaram-se as noitadas e até já fez uns dias de férias com a família. O segredo: organização e não ter medo de delegar. Hiperativa, Assunção Cristas? “Sou serena”.

Saiu do congresso “animada”. E qual é o sentimento no dia em que se completa um mês da sua liderança?

Ainda mais animada.

O que fez nestes trinta dias?

Reuniões de cumprimentos institucionais, começando pelo Presidente da República e depois com os partidos políticos. Meteu-se o tempo de Páscoa e tive tempo de férias com a minha família, aproveitando a pausa escolar das crianças para carregar baterias, porque o pré-congresso foi um tempo muito intenso. Depois tive o primeiro debate quinzenal e reuniões com os parceiros sociais. Houve ainda as primeiras reuniões da comissão executiva e da comissão política do CDS. E fiz o primeiro dia dedicado a um distrito, no caso foi o de Braga.

Foi bem recebida?

Fizemos um jantar de militantes enorme em Famalicão, com Nuno Melo.

E há ainda as mudanças que fez dentro da sede do CDS.

Passei [o gabinete] para este lado, com mais sol e com mais luz. As secretárias de Paulo Portas também passaram para aqui e ficaram muito felizes por isso. Foi um mês bastante intenso em que houve ainda o trabalho com Diogo Feio, de organização do gabinete de estudos.

Que partido é que encontrou neste mês?

Um partido muito interessado e mobilizado. As pessoas estão esperançosas neste novo ciclo. Há muita gente a aproximar-se do partido, fazendo-se militantes ou a colaborar connosco nos estudos que estamos a fazer. Senti o partido vivo, entusiasmado e mobilizado e é essa dinâmica que quererei continuar a imprimir. Como disse na minha moção, que escrevi depois de dar a volta pelos 18 distritos e pelas regiões autónomas, quero ir com regularidade ao terreno. É muito importante para mim esse beber contínuo no terreno, não só com os militantes, mas com as empresas e com o nosso tecido social. Para ouvir e validar se aquilo que é o nosso pensamento tem correspondência com o que se vai passando no país.

Já se notam diferenças no CDS?

Há algumas diferenças práticas, de organização. Por exemplo, eu não marco reuniões para começarem depois das seis da tarde, por regra. Hoje este é o meu último compromisso, para ter uma ideia. Tenho coisas para ler em casa, que lerei depois do jantar, mas tenho essa preocupação. A comissão política nacional está marcada para a primeira quinta-feira de cada mês, das nove e meia da noite às onze e meia. Não posso fazer durante o dia porque as pessoas vêm de todo o país e trabalham. Mas ao menos que se preserve a hora de jantar e faz-se a reunião em duas horas. Também utilizo a hora de almoço para fazer reuniões, usando o espaço que era da antiga cozinha, e como aí qualquer coisa. Uso uma mesa de reuniões que era de Paulo Porta e que não cabia aqui [no gabinete].

É uma espécie de super-mulher, que tem tempo para tudo. Alguém que fez um doutoramento, que foi mãe quando era ministra, que tem quatro filhos e concilia a agenda política e pessoal. Como faz?

Antes do mais tendo noção das minhas limitações. Não procuro fazer tudo sozinha. Há trabalho de equipa e repartição de trabalho. Por exemplo, pedi a três pessoas para elaborarem a alternativa do CDS ao Plano Nacional de Reformas. Acho que está óptimo. Eu faria diferente, porque sou uma pessoa diferente, mas não o vou reescrever nem o tentei escrever de base. Revejo-me no documento e… está feito. Eu sempre trabalhei assim, delegando.

A família está a reagir bem à nova fase?

Ainda não sinto diferenças. Eu tive quatro anos e meio muito intensos de governo. A grande diferença que a minha família sentiu foi quando deixei de ser professora em exclusividade na faculdade e comecei a estar no escritório de advogados e depois no Parlamento. Costumo dizer que foi mais fácil estar no governo do que no Parlamento, na comissão de orçamento e finanças, um tempo em que tive muito trabalho e em que tive de estudar muito e muito rápido e em que tinha actividade fora do Parlamento. Chegava a casa a pensar que já tinha terminado e depois ainda tinha os jornalistas a telefonarem-me e tinha de reagir sobre os PEC e as coisas todas que aconteciam a uma velocidade muito grande. No governo foi difícil, porque tinha de fazer viagens e estava mais ausente, mas consegui gerir melhor a agenda. E aqui no partido espero também conseguir ir gerindo essa agenda. Muito tempo há-de ser passado fora. Tem de se gerir sempre com algum equilíbrio e acho que vou conseguindo fazê-lo.

E conseguiu fazer vários dias de férias. Onde foi?

Olhe, fui a Roma, de carro, com a minha família, na Páscoa. Foram 5.482km, tirámos uma fotografia ao conta-quilómetros (risos).

Como católica, a viagem teve uma dimensão especial.

Sim. Tive o gosto imenso de estar nas cerimónias do Vaticano e de facto é uma coisa extraordinária, ainda por cima num ano jubilar. Estive com a minha família na missa de domingo de Páscoa na Praça de São Pedro, uma coisa inesquecível. O ir de carro permite conversar bastante e ter a noção da geografia, das distâncias e da diversidade das coisas.

Foi a guiar?

Por acaso não, porque o meu marido gosta tanto de conduzir que não precisa de partilhar o volante.

Nuno Melo saiu do congresso com a garantia de que teria uma relação estreita com a nova líder. Como tem sido?

Tem sido excelente. Tenho falado várias vezes com ele e estivemos em várias reuniões institucionais. No jantar em Famalicão andámos a dar a volta às mesas, demorou-nos uma hora – as mesas eram muitas, estavam cerca de 600 militantes. Ele fez questão de andar comigo e de me apresentar às pessoas. Ele é um activo extraordinário do partido.

É o seu braço direito?

É um braço direito um bocadinho mais à distância.

Com quem é que fala todos os dias?

Falo certamente com o Adolfo Mesquita Nunes e a Cecília Meireles, que são vice-presidentes, com o Nuno Magalhães, líder parlamentar, o João Almeida, que é porta-voz, com o Pedro Mota Soares. Falo nalguns casos mais do que uma vez por dia.

Sente que Nuno Melo é uma espécie de plano B para muitos militantes, se esta liderança  correr mal?

Não sinto nada disso. Genuinamente, as pessoas estão satisfeitas, mesmo quem tinha e tem essa ligação com Nuno Melo. Sentem que esta liderança está para somar, não para dividir, para permitir ao partido crescer, potenciando a diversidade dos seus militantes.

Com Nuno Melo fala regularmente, disse. E com Paulo Portas?

Tenho falado menos, porque tenho estado envolvida nestas coisas todas e ele também, andando dentro e fora. Hoje por acaso cruzámo-nos no Parlamento e estivemos um bocadinho à conversa. Já lhe disse que tem que vir aqui à sede ver as mudanças.

Ele dá-lhe conselhos?

De vez em quando manda-me sms. Quando ele vê ou sabe coisas que acha que eu devo saber e, naturalmente, ele fala com muita gente e tem informação muito específica. E também falamos ao telefone, mas não tem sido numa base diária.

Já lhe perguntaram se achava que ele ia ser um presidente-sombra do CDS.  Vou insistir na pergunta, agora com um mês de conhecimento de causa.

Não vejo nenhuma razão para que assim seja. Acho que ele está mesmo empenhado em construir um novo ciclo na sua vida, gosto de saber que está atento e que dará um conselho se for preciso, e que irá bater umas bolas comigo se for necessário. Isso é muito bom. Não tenho medo de ficar na sombra de Paulo Portas, acho que vou ficar é na luz. A herança é forte, cumpre-me pegar nisso e fazer crescer o partido.

Falou muito com ele durante anos. Há alguma coisa que agora se lembre, do género, ‘agora percebo quando me avisava disto ou daquilo’?

Não, não.

Ou alguma coisa que tenha aprendido com ele, e lhe tenha sido útil.

Certamente aprendi muito com ele. Vê-lo em ação, em reuniões ou em contacto com os militantes. É uma pessoa extraordinária que esteve no CDS este tempo todo e que deixou a sua marca mas confesso que esse confronto eu nunca tive necessidade de o fazer.

Confronto?

A comparação. Ver o que é igual, ver o que é diferente. Nunca tive necessidade de fazer essa comparação. E acho que isso é bom. Sempre me dei bem com ele, nunca tive nenhum conflito com Paulo Portas, continuarei a dar-me bem com ele. Sucedi-lhe de uma forma que acabou por ser bastante natural, podia ter sido de outra maneira, mas acabou por não ser, o que também demonstra que o partido se reviu nesta mudança, de saber que ia ser necessariamente uma mudança mas fez isso com agrado e entusiasmo. Portanto eu neste momento… olhe, eu não sei ser outra pessoa, só sei ser eu própria em tudo o que faço. No que eu fizer serei eu própria. Aprendi com Paulo Portas? Evidentemente, muito. Agora é ir andando e esperar que ele me possa ajudar quando for preciso.   

Falou em mudança. Há um deslocamento do CDS para a esquerda, ou menos à direita, com esta nova direção, ela própria menos conservadora?

A comparação com o PSD é um ângulo que não me interessa especialmente. O que me interessa é saber se o CDS está confortável com a sua matriz democrata-cristã e eu acho que está. Temos uma visão muito humanista, procuraremos pôr as pessoas no centro da nossa política, sabemos que a economia é muito importante mas é-o porque está ao serviço das pessoas, para elas viverem melhor e realizarem os seus projetos de vida, etc. Dito isto, temos no partido várias sensibilidades e elas estão representadas na comissão executiva do CDS e nas vice-presidências do CDS. Entre o Nuno Melo, o Adolfo Mesquita Nunes, a Cecília Meireles e eu própria há diferenças de sensibilidades que são notórias.

Isso foi tirar ideologia ao CDS? É pragmatismo?

É pragmatismo, é. Eu sou muito pragmática. Acho que as ideologias são fantásticas mas se não resolverem problemas na vida das pessoas não servem para nada. O que eu rejeito é que tenha uma cartilha prévia, onde tenha de inscrever todas as nossas posições. As coisas não funcionam assim. É preciso ter um banho de realidade e perceber que o possível às vezes é o melhor que nós conseguimos arranjar. E nessa medida interessa-me mais, por exemplo, saber que um partido que quer liderar a agenda em alguns tópicos depois procura gerar consensos alargados. As pessoas precisam mais disto do que um partido profundamente doutrinário e que em cada momento não teria a flexibilidade para encontrar soluções.

Não encontrou já pessoas no CDS assustadas com algumas ideias que partilha em matéria de costumes?

Sim, há algumas ideias em matérias de costumes que uma parte do partido não acompanha, não sei se neste momento é a maioria do partido ou não. Mas há pluralismo de opinião e isso é positivo. Não vemos as pessoas assustadas.

Também acha, como Passos Coelho, que não vai haver eleições nos próximos anos.

Olhe, eu sempre achei que quem chega ao governo desta maneira dificilmente sai do governo. Dito isto, não arrisco nada, acho que os tempos são muito instáveis, os sinais exteriores são preocupantes, infelizmente não há semana que passe em que não vejamos notícias negativas sobre Portugal, ao contrário do que víamos nos últimos tempos do governo de coligação PSD-CDS. Agora, acho que quem perde eleições e faz um governo apoiado nas esquerdas mais radicais, mudando a nossa prática constitucional, tudo fará para se manter no poder.

Não vai cair com o próximo orçamento?

Não faço nenhuma previsão nesta matéria. O que disse sempre ao partido é que temos de estar preparados para tudo. Podemos ter eleições daqui a quatro anos ou daqui a quatro meses. Este governo prossegue políticas erradas, tem um plano nacional de reversões e não um Plano Nacional de Reformas, esconde o Programa de Estabilidade quando isso é fundamental para avaliarmos criticamente o que vai acontecer nos próximos anos. Põe-nos um mês a discutir no Parlamento um PowerPoint de 23 slides….

As primeiras eleições nacionais no calendário são as autárquicas. Já sabe se vai ser candidata à câmara de Lisboa?

(risos) Graças a Deus temos um partido com várias pessoas que cumprem o perfil que eu tracei no congresso, para uma candidatura forte e mobilizadora.

Vai haver uma candidatura a Lisboa encabeçada por uma pessoa do CDS?

Pode ser uma pessoa do CDS, pode ser um independente.

E por uma pessoa do PSD?

Eu isso veria com mais dificuldade.

Será indesejável que haja uma candidatura do CDS e outra do PSD em Lisboa?

O que eu acho desejável para o CDS, que vai ter nas eleições autárquicas um primeiro momento importante, é disputar essas eleições com ambição. Temos de trabalhar para ter peso autárquico. Lisboa é relevante, mas também são outras terras e não é por acaso que o nosso conselho nacional vai ser na Meda, onde a câmara é governada pelo PS, mas em que o CDS tem o mesmo número de vereadores e por pouco não ganhou.

Se for candidata a Lisboa há o inconveniente de passar a mensagem de que não será candidata a primeira-ministra?

Esse é obviamente um tema relevante. Um partido com ambição de crescer tem de ter ambição de ter um primeiro-ministro. Nunca aconteceu, mas também não tinha acontecido antes um partido que perdeu ter um primeiro-ministro. Há todo um ciclo novo e o CDS tem a obrigação de explicar às pessoas que muitas vezes gostavam de nós mas entendiam que o mais eficaz para arredar uma governação socialista era votar no PSD, que agora podem votar no CDS ou no PSD de acordo com as suas convicções, na certeza que estes dois partidos têm uma história de coligações bem sucedida e que só voltarão a governar se tiverem maioria no Parlamento. Eu como líder do CDS sou candidata a primeira-ministra em eleições legislativas, é aí que eu quero estar e me quero posicionar. Resta depois saber se um líder de um partido não pode também ser, e já aconteceu, candidato à câmara mais importante do país.

Falou do PSD como parceiro preferencial. Mas não ficaram mais afastados depois dos congressos dos dois partidos, com a picardia de ambos os lados?

Eu penso que não. Os dois partidos têm o desafio de crescer e se formos ver a história tivemos melhores resultados quando os partidos concorreram separadamente. Com quem nos vemos a governar é com o PSD, não é certamente com um PS que prefere olhar para as esquerdas. O que é importante é explicar às pessoas que podem votar no CDS, que já não há o constrangimento do voto útil. Que os dois partidos podem até ficar atrás do PS mas se tiverem juntos 116 deputados, somos nós que governamos.

Qual é a relação que tem hoje com Passos Coelho?

Vamo-nos cruzando no Parlamento mas não há nada de muito institucional. Não há nenhuma razão específica para conversarmos de forma mais aprofundada. Coincidimos em que cada um faça o seu caminho para crescermos e conseguirmos superar a união das esquerdas.

Quando é vão falar sobre as autárquicas? Antes do Verão?

É possível. Mas a primeira palavra é das concelhias, que já andam a conversar nos casos em que faz sentido conversar.

Entendeu como um ato de hostilidade as propostas do PSD para mudar as leis eleitorais e o sistema político?

Para mim eram absolutamente previsíveis. O PSD sempre teve essa agenda, o CDS sempre viu nos círculos uninominais um meio de destruir os partidos mais pequenos, uma vez que isso leva à bipartidarização do sistema político. Vamos trabalhar na reforma do sistema político garantindo três eixos: pluralismo partidário, melhor representação do interior e maior proximidade ao eleitor.

Isso implica aumentar os deputados?

Não. Implica redistribuição.

Isso é possível?

Sim, tem é de se mudar o sistema. Podemos introduzir um círculo eleitoral nacional de compensação, como existe nos Açores, dividindo os círculos maiores em círculos mais pequenos.

Admite uma redução de deputados?

Não me agrada. Partidos mais pequenos terão mais dificuldade de eleger, pondo em causa o pluralismo.

O CDS propôs o alargamento da ADSE. O futuro da ADSE é uma ADSE privada?

Não é assim que eu vejo as coisas. No fundo a ADSE é um seguro público de saúde. A pergunta que faz sentido fazer é: por que é que qualquer pessoa não pode ter acesso a este seguro de saúde, de inscrição voluntária e sustentável?

Como sabe, há quem entenda que isto é um plano para acabar como Serviço Nacional de Saúde (SNS), que ficaria reservado para os mais pobres.

Se queremos um SNS de qualidade, com um bom nível de atendimento, se calhar ter uma ADSE aberta pode ser uma ajuda para o SNS. Pode ser uma forma de ajudar a concretizar o direito à saúde previsto no Constituição.

Identifica-se com esta forma de exercer a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa? Também é um pouco hiperativa.

Eu sou mais serena do que hiperativa, apesar de fazer muitas coisas. Marcelo é igual a si próprio e quem esperava outra coisa desengane-se. Vemos Marcelo a saltar de instituição em instituição, de geografia em geografia, de assunto em assunto, como o víamos ao domingo como comentador a tratar de vários assuntos com grande energia e entusiasmo. É o estilo dele.

E está a alargar os limites das funções?

Olhe, na minha oral de melhoria de nota de Direito Constitucional no primeiro ano da faculdade, uma das perguntas que o professor Jorge Miranda me fez foi se eu achava que o Presidente da República tinha poderes a mais ou a menos. E a minha resposta foi que tem os suficientes, mas que são muito diferentes conforme a pessoa que exercer o cargo. Marcelo Rebelo de Sousa usará todos os poderes que tem até ao limite possível na Constituição.

E conseguiu melhorar a sua nota?

Melhorei, tive 16, foi a melhor nota do ano na Faculdade de Direito de Lisboa.

Marcelo convocou o Conselho de Estado que é o órgão de aconselhamento político do Presidente e convidou Mario Draghi para fazer um discurso aos seus conselheiros. Não é estranho?

É estranho, é novo. A possibilidade de os conselheiros de Estado poderem ouvir e questionar e obter respostas do presidente do BCE isso é positivo. Há outra coisa que fica clara com esta iniciativa do PR: o sistema banqueiro em Portugal é muito mais supervisionado pelo BCE do que alguma vez foi. 

As críticas à participação de Draghi não fazem sentido, então.

Confesso que ter sido na primeira reunião não acho o ideal. Mas o senhor Presidente deve ter entendido que o sistema financeiro está de tal forma mal que trouxe cá Draghi, que antes do Conselho de Estado esteve num almoço em que essas coisas terão sido discutidos.